Brasil, 23 de setembro de 2025
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Comissão de inquérito investiga contrato de semáforos em Ribeirão Preto

A Câmara de Ribeirão Preto cria CPI para investigar irregularidades no contrato de sistema inteligente de semáforos.

A Câmara de Vereadores de Ribeirão Preto, em São Paulo, dará início a uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar um polêmico contrato firmado em 2022, que visava a implantação de um sistema inteligente de semáforos na cidade. A audiência que definirá os membros da CPI está marcada para esta terça-feira (23), no legislativo local, e promete levantar questões relevantes sobre a gestão de recursos públicos na cidade.

Contexto e Motivações da Investigação

O contrato, inicialmente orçado em R$ 19,5 milhões, foi celebrado entre a Empresa de Mobilidade Urbana de Ribeirão Preto, conhecida como RP Mobi, e um consórcio formado por empresas de engenharia e sinalização de trânsito. O presidente da Câmara, Isaac Antunes (PL), que propôs a criação da CPI, afirmou que o projeto sofreu com atrasos nas entregas e mudanças no valor acordado, o que gerou grande descontentamento entre os parlamentares e a população.

A ideia de implementar um sistema inteligente de semáforos é uma resposta ao crescente problema de congestionamentos na cidade. O projeto, que visava otimizar o fluxo de veículos em diferentes áreas, especialmente na zona sul, prometia melhoras significativas no trânsito até maio de 2025. No entanto, a realidade é bem diferente: até o momento, apenas 70 controladores semafóricos foram instalados, uma quantidade bem aquém do que foi prometido.

Como será a CPI?

A CPI será composta por três vereadores e, segundo a legislação federal, terá autonomia para requisitar documentos e convocar testemunhas. A expectativa é que o superintendente da RP Mobi, Marcelo Galli, seja um dos primeiros a ser convocado a prestar esclarecimentos. Ao todo, mais de dez parlamentares assinaram a solicitação para a abertura da CPI, que não necessitou de votação, e seu funcionamento está previsto para durar pelo menos 90 dias.

Principais Questões a serem Investigadas

Um dos principais pontos a ser investigado pela CPI é o que motivou a não instalação completa dos semáforos inteligentes dentro do prazo estabelecido. Além disso, a comissão irá analisar os termos de retificação que elevaram os custos totais do contrato para mais de R$ 20 milhões, embora não tenham estendido o prazo de entrega. Dessa forma, os parlamentares terão que dirimir questões como:

  • O que realmente foi entregue em relação ao que foi contratado;
  • Os impactos financeiros desses termos de retificação;
  • Como a fiscalização foi realizada pelos órgãos competentes; e
  • A conduta dos gestores envolvidos no processo.

Reações e Expectativas

Em nota, o ex-prefeito Duarte Nogueira, que estava no cargo durante a assinatura do contrato, afirmou que respeita a decisão da Câmara em instaurar a CPI e que aguardará o resultado da investigação com tranquilidade. Ele destacou a importância da transparência no setor público e do diálogo entre as instituições como fundamentais para o fortalecimento da democracia e do interesse público.

A RP Mobi, por sua vez, enfatizou que sua função atual é meramente técnica em relação à operação do sistema e negou envolvimento nas fases iniciais do contrato. A empresa também mencionou que a cidade possui atualmente a infraestrutura de 70 controladores já instalados, mas que cada um deles cobre, em média, três cruzamentos semaforizados.

Próximos Passos

Os trabalhos da CPI devem ser iniciados logo após a audiência de instalação, com a expectativa de que as primeiras convocações ocorram rapidamente. A população de Ribeirão Preto e os demais interessados acompanharão de perto as investigações, que têm o potencial de revelar irregularidades e promover uma maior responsabilização dos envolvidos na gestão pública da cidade.

Com a crescente preocupação com a transparência e o uso eficaz dos recursos, fica claro que a sociedade civil está atenta e exige respostas em relação a esse e outros contratos que envolvem investimentos significativos em infraestrutura urbana.

Esta situação ilustra a importância da gestão correta e da fiscalização dos serviços públicos, especialmente em tempos onde cada centavo das verbas públicas deve ser contabilizado e aplicado de maneira eficaz para beneficiar a população.

Portanto, o desfecho desta CPI pode estabelecer precedentes não apenas para Ribeirão Preto, mas para outras cidades que enfrentam desafios semelhantes em suas gestões. A transparência e a boa administração pública são não apenas direitos, mas exigências da sociedade moderna.

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