A vice-presidente Kamala Harris revelou em seu novo livro, “107 Dias”, que sua primeira escolha para compor a chapa presidencial de 2024 não foi a governadora de Minnesota, Tim Walz, mas sim o ex-secretário de Transportes, Pete Buttigieg. Harris afirmou que queria contar com ele, mas preconceitos e questões diversas atrapalharam a decisão final.
Quem Harris queria como vice-presidente em 2024
Segundo o trecho divulgado pela revista The Atlantic, Harris escreveu que Buttigieg “teria sido um parceiro ideal — se eu fosse um homem branco heterossexual.” Ela acrescentou que, ao aceitar uma vice-presidência, enfrentava dificuldades adicionais por ser uma mulher negra, casada com um homem judeu, e que isso representava um grande desafio para o país na época.
“Parte de mim queria dizer: ‘Foda-se, vamos tentar de qualquer jeito.’ Mas, sabendo do que estava em jogo, achei que era um risco demasiado grande”, escreveu Harris, conforme divulgado pela publicação.
A lista de possíveis candidatos
Apesar de Buttigieg estar no topo de uma lista de oito nomes considerados, Harris não revelou quem seriam os demais. Rumores apontam que nomes como o governador da Califórnia, Gavin Newsom, o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, e o governador de Maryland, Wes Moore, estiveram na mira.
Ela também descreveu Buttigieg como “um servidor público sincero, com uma habilidade rara de apresentar argumentos liberais de uma forma que os conservadores possam entender”. Ainda destacou o respeito pelo colega e seu marido, Chasten, afirmando que ambos são amigos próximos.
Decisão final e derrota nas urnas
Harris acabou optando por Tim Walz, governador de Minnesota, como seu companheiro de chapa, mas a estratégia não foi suficiente para evitar a derrota nas eleições de 2024 contra Donald Trump. O resultado estreito e a vitória do ex-presidente marcaram o fim de uma campanha marcada por incertezas.
O livro também traz uma autocrítica de Harris, que admite não ter aconselhado adequadamente o então presidente Joe Biden a não tentar a reeleição. Biden desistiu da disputa em julho, deixando Harris com o desafio de conquistar votos numa corrida acirrada.
Perspectivas e reflexões
A revelação de Harris sobre suas preferências mostra os dilemas enfrentados por candidatos em uma política marcada por questões identitárias, preconceitos e estratégias eleitorais. A escolha final, embora não tenha levado ao sucesso, evidencia a complexidade do processo de formação de uma chapa presidencial.
Para especialistas, esse tipo de declaração ajuda a entender os bastidores das campanhas e a importância de fatores pessoais e políticos na tomada de decisão. O tema deve gerar debates sobre a representatividade e os limites dos candidatos em futuras eleições.
