Durante um evento em Howell, Michigan, na quarta-feira, o vice-presidente JD Vance comentou de forma irônica sobre as recentes ações dos Estados Unidos em águas internacionais na Venezuela, provocando críticas intensas. Ele disse que, após uma conversa com o secretário Hegseth, foi mencionado que os barcos de drogas pararam de entrar na região, o que Vance atribuiu a uma hipotética decisão de não pescar na área.
Reações contrárias às declarações de Vance
A fala foi amplamente condenada, com usuários nas redes sociais afirmando que “isto não é uma piada” e questionando a legalidade de ataques contra embarcações em águas internacionais sem justificativa jurídica. “Países não têm o direito de disparar contra navios em águas internacionais sem uma base legal”, destacou um internauta.
Outro comentário criticou a administração Trump, mencionando um suposto padrão duplo: “Não se deve zombar ou celebrar a morte de alguém, mas aqui estamos, brincando com assassinato?” umas redes sociais apontaram também a hipocrisia de discursos recentes, que chamam atenção para a sensibilidade diante de mortes.
Contexto dos ataques militares e suas controvérsias
Nos últimos 15 dias, Trump lançou duas operações militares que mataram 14 pessoas ao atacar barcos venezuelanos suspeitos de tráfico de drogas. O primeiro incidente resultou na morte de 11 pessoas, enquanto o segundo deixou três vítimas.
Autoridades venezuelanas, incluindo o ministro do Interior, afirmaram que nenhuma das vítimas no primeiro ataque tinha ligação com a gangue Tren de Aragua, alvo das ações americanas. Além disso, o secretário de Estado, Marco Rubio, justificou os ataques como medida de autodefesa, alegando que os suspeitos representam uma ameaça imediata. Especialistas legais contestam, porém, que a suspeita de tráfico possa justificar uso letal sem um comando judicial formal.
Futuras repercussões e o impacto na política internacional
Analistas destacam que essas ações podem gerar tensões diplomáticas entre os EUA e Venezuela, além de levantar debates sobre a legitimidade do uso da força em águas internacionais para combater o tráfico de drogas. As declarações irônicas de Vance, por sua vez, alimentam a controvérsia em torno do tratamento da política externa dos EUA em relação à Venezuela.
Nos próximos dias, espera-se que autoridades americanas e venezuelanas esclareçam os limites legais dessas operações, enquanto a opinião pública repercute fortemente nas redes sociais. A controvérsia também reacende questionamentos sobre o tom adotado por líderes políticos ao tratar de temas sensíveis como a violência e o crime transnacional.