Brasil, 23 de setembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Fuga da “Princesinha do crime” gera preocupação em sistema prisional

No início da tarde da última quinta-feira, 18 de setembro, o Centro de Progressão Penitenciária (CPP) do Butantã, localizado na Zona Oeste de São Paulo, foi palco de uma audaciosa fuga que tem chamado a atenção das autoridades. Rafaela Sampaio Camorim, uma detenta de 27 anos conhecida pelo envolvimento em uma quadrilha de furtos de carros esportivos, conseguiu escapar com a ajuda de um casal armado. O caso levanta sérias questões sobre a segurança das unidades prisionais e a eficácia dos sistemas de monitoramento.

A fuga com ajuda de criminosos

De acordo com informações da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), Rafaela estava cumprindo pena por roubo e era considerada uma das líderes de um grupo especializado em roubo de veículos de luxo. Na tarde em questão, um casal se aproximou do CPP e, armados, renderam duas policiais penais. Curiosamente, as câmeras de segurança do local estavam desligadas no momento da ação.

Relatos da Polícia Civil indicam que uma das policiais estava do lado de fora da unidade aguardando a chegada de uma carga de carne, que supostamente era destinada às presas. Em vez disso, a caminhonete que se aproximou continha os dois criminosos, que rapidamente dominaram as funcionárias. Enquanto um deles vigiava a agente na parte externa, a mulher conseguiu entrar na prisão e rendeu outra agente na parte interna.

Condições de segurança no CPP do Butantã

O CPP do Butantã, inaugurado em 1990, abriga presas no regime semiaberto, permitindo que as detentas trabalhem durante o dia e retornem à unidade à noite. Com uma capacidade para 1.412 mulheres, atualmente abriga 1.073, de acordo com dados da SAP. No entanto, o centro é conhecido entre os agentes prisionais como a “cadeia de papel” devido a diversas fugas que já ocorreram no passado. A mais notável foi em 2009, quando nove detentas conseguiram escapar.

Profissionais do setor prisional apontam que a falta de recursos humanos e armamentos adequados contribui para a vulnerabilidade das unidades. O Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional de São Paulo (Sifuspesp) argumenta que o acesso limitado a armas dificulta a segurança das profissionais dentro das prisões e demanda melhorias imediatas no quadro funcional.

Repercussão e investigações em curso

A Secretaria da Administração Penitenciária já instaurou um procedimento para investigar a fuga e colaborará com as autoridades. A Polícia Militar também está realizando buscas para efetuar a recaptura de Rafaela, que ainda não foi encontrada. Enquanto isso, a Polícia Civil investiga a identidade dos criminosos que ajudaram na fuga.

Rafaela Sampaio Camorim, que até então se apresentava como recepcionista e era formada em pedagogia, utilizava esse disfarce para liderar um grupo criminoso. Ela tinha como função indicação dos modelos de veículos para roubo e a utilização de dispositivos que desativavam os alarmes de rastreadores, facilitando a ação dos bandidos.

A fala de especialistas e o futuro do sistema prisional

A preocupação gerada pela fuga de Rafaela revela falhas profundas no sistema prisional brasileiro, que precisa urgentemente de reformas. O presidente do Sifuspesp, Fábio Jabá, expressou sua preocupação: “Infelizmente essa fuga, que há muito tempo não víamos, é um reflexo do déficit funcional. Precisamos com urgência que o concurso para novos policiais penais aconteça e aumente o número de vagas”.

A fuga de Rafaela Sampaio Camorim não só expõe as fragilidades do sistema prisional, mas também evidencia que os esforços para garantir a segurança das unidades ainda são insuficientes. Com o aumento do número de fugas, é essencial que medidas preventivas sejam implementadas para proteger tanto os agentes prisionais quanto a sociedade.

As investigações continuam em andamento e, enquanto isso, a comunidade e as autoridades ficam em alerta para novas repercussões desse incidente.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes