Na última segunda-feira (22), o estado de São Paulo enfrentou condições climáticas extremas, com fenômenos registrados tanto na capital quanto no interior. Enquanto a Grande São Paulo foi surpreendida por um forte temporal que escureceu o céu no meio da tarde, o interior viu uma tempestade de poeira devastadora, resultado da combinação de uma massa de ar seco com a chegada de frentes frias.
Impactos da tempestade no interior de São Paulo
De acordo com a Defesa Civil, o fenômeno que atingiu o interior se deveu a um solo ressecado que tornou-se vulnerável à poeira em suspensão. Em Lençóis Paulista, os ventos chegaram a impressionantes 86 km/h, levando ao derrubamento de árvores, postes e estruturas metálicas. Aproximadamente 20 mil residências ficaram sem energia elétrica, e alguns bairros enfrentaram falta d’água devido à paralisação no abastecimento.
Outras cidades também sofreram com os impactos da tempestade. Em Araçatuba, duas caixas d’água foram arrancadas de um prédio em construção, e uma van da Secretaria de Saúde de Alto Alegre tombou devido às fortes rajadas de vento. A prefeitura local chegou a suspender atividades no Paço Municipal devido à falta de energia elétrica.
Botucatu e Fernandópolis não ficaram imunes aos estragos. Em Botucatu, um reservatório metálico caiu sobre um poste, quase atingindo comércios locais. Em Fernandópolis, parte do forro de uma sala de aula desabou durante a forte chuva e ventania, mas felizmente ninguém se feriu. Em Catanduva, foram registradas 27 quedas de árvores e um outdoor foi derrubado, enquanto em São José do Rio Preto, o Corpo de Bombeiros precisou atender a 11 ocorrências de árvores caídas.
Temporal na capital paulista e suas consequências
Na capital, o dia também foi de caos. O temporal começou por volta das 14h, fazendo com que a iluminação natural desaparecesse rapidamente, como se o dia tivesse se transformado em noite. Imagens da Zona Oeste mostram a nuvem de chuva avançando rapidamente, causando uma barreira de visibilidade quase inexistente.
O Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul da cidade, enfrentou alagamentos próximos ao portão 4, resultando na suspensão de alguns voos. A Aena, responsável pela gestão do aeroporto, informou que, apesar da normalidade nas operações, muitos voos foram cancelados ou alterados devido às condições meteorológicas adversas.
Além disso, a Estação Brás, um importante ponto de integração entre Metrô e trem, teve parte do teto que desabou devido à força da chuva. Imagens mostram o saguão inundado, exigindo atenção imediata das autoridades locais. A Enel, fornecedora de energia elétrica, relatou que cerca de 900 mil imóveis na Grande São Paulo ficaram sem energia, com quedas de árvores em diversos locais, incluindo a famosa Avenida Paulista.
Alertas e previsões sobre mudanças climáticas
A Defesa Civil emitiu um alerta classificado como “severo”, informando a população sobre os riscos de queda de árvores e destelhamentos. Mensagens de alerta foram enviadas via SMS para celulares na área de risco, orientando os moradores a se abrigarem.
Especialistas afirmam que eventos climáticos extremos como os registrados na última segunda-feira tendem a se tornar mais frequentes em São Paulo. Estudos indicam que o estado pode enfrentar um aumento de até 6°C na temperatura média até 2050, resultando em dias de calor intenso e chuvas severas, agravadas pela urbanização acelerada e a impermeabilização do solo.
Enquanto as autoridades trabalham para minimizar os impactos, a população se vê às voltas com a necessidade de se preparar para novas mudanças climáticas, que podem trazer mais desafios em um futuro próximo.
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