Brasil, 22 de setembro de 2025
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Crise na baía de Guanabara: lixo, esgoto e abandono ameaçam vida marinha

A Baía de Guanabara enfrenta sérios problemas de poluição e abandono, afetando ecossistemas e atividades econômicas locais.

A Baía de Guanabara, um dos maiores ícones do Rio de Janeiro, se tornou um símbolo de contraste entre beleza natural e degradação ambiental. Enquanto algumas áreas da baía mostram sinais de recuperação, outras sofrem com o acúmulo de lixo, despejo de esgoto e abandono de embarcações. Um pronunciamento recente do telejornal RJ2 ilustra essa situação alarmante, destacando os problemas que ainda persistem em diversos pontos da baía.

Desafios ambientais na baía de Guanabara

Um dos locais mais afetados é a Praia do Catalão, na Ilha do Fundão, onde plásticos e resíduos sólidos dominam a paisagem. Esses materiais, que podem levar mais de 400 anos para se decompor, representam uma séria ameaça para as espécies marinhas, pois já entraram na cadeia alimentar. O biólogo Ricardo Gomes enfatiza que “das dez espécies mais consumidas de peixes comerciais, nove já ingeriram plástico”, alertando que o consumo de frutos do mar pode significar a ingestão de microplásticos.

Além da presença do lixo, a praia expõe uma realidade de abandono e descaso: lixo espalhado e animais mortos, como uma tartaruga, marcam a degradação da paisagem. Um barco da equipe do telejornal, ao percorrer a baía, encontrou embarcações encalhadas por sacos plásticos e teve que parar temporariamente devido à obstrução de plástico em seu motor. Este cenário preocupante é reforçado pela presença de uma espessa espuma, que denota a poluição por esgoto.

Ações e intervenções na baía

A concessionária Águas do Rio, responsável pelo tratamento de esgoto na região, afirma que a ilha já conta com um sistema de tratamento universalizado, mas também reconhece que as correntes marítimas podem trazer poluição de outras áreas. Atualmente, seis estações de tratamento estão em operação no entorno da baía, com a meta de universalizar a coleta e o tratamento de esgoto até 2033.

“Já removemos 114 milhões de litros de esgoto por dia em quatro anos de concessão. Ainda há muito a fazer, mas a baía tem solução”, afirma Sinval, representante da Águas do Rio, que insiste na importância de um compromisso contínuo para reverter a situação crítica da baía.

Impactos econômicos no turismo e na pesca

Os efeitos da poluição da Baía de Guanabara se estendem muito além dos danos ambientais. Na Praia das Pedrinhas, em São Gonçalo, pescadores expressam preocupação com a queda nas capturas devido ao óleo que contamina suas redes. Além disso, comerciantes em Paquetá relatam prejuízos significativos com o turismo, já que o mau cheiro e a água poluída afastam os visitantes.

Um relatório da Capitania dos Portos aponta que mais de 80 embarcações estão abandonadas na baía. Essa situação, além de comprometer a segurança na navegação, pode liberar combustíveis e agravar o processo de assoreamento da região. Sérgio Ricardo, coordenador da ONG Baía Viva, resume a situação preocupante: “É um desperdício enorme. A Baía de Guanabara poderia garantir pesca, turismo e saúde para milhões de pessoas. Mas décadas de abandono a deixaram doente.”

Um futuro incerto, mas possível

A luta para recuperar a Baía de Guanabara é um reflexo do embate entre interesses econômicos, conservação ambiental e a saúde da população. Embora os problemas sejam profundos, as iniciativas em andamento oferecem uma esperança para um futuro melhor. É necessário um esforço conjunto entre governo, ONGs e a sociedade civil para reverter a degradação e restaurar a beleza e a funcionalidade deste importante ecossistema.

A responsabilidade de cuidar da baía não deve recair apenas nas autoridades, mas deve ser um compromisso de todos. A conscientização sobre a importância da preservação ambiental e a participação ativa da comunidade são fundamentais para garantir que a Baía de Guanabara possa voltar a ser um lugar de beleza e vitalidade.

À medida que a situação se desenrola, a Baía de Guanabara continua sendo um barômetro do equilíbrio entre progresso e sustentabilidade no Rio de Janeiro. A luta é dura, mas a vitória é necessária e possível.

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