O Papa Leo XIV afirmou, em sua primeira entrevista desde sua eleição, que será “muito difícil descobrir a presença de Deus” na inteligência artificial (IA). Ele revelou que recentemente recusou uma proposta para criar um avatar seu, alertando para o risco de a tecnologia desumanizar as relações e valorizar apenas interesses econômicos.
Perigo na digitalização e a perda da humanidade
Durante a entrevista concedida em 10 de julho na Villa Barberini, residência papal em Castel Gandolfo, e publicada no livro “Leo XIV: Cidadão do Mundo, Missionário do Século XXI”, o pontífice criticou a rápida evolução tecnológica. “A velocidade do avanço é preocupante,” afirmou, ressaltando que a Igreja precisa se posicionar diante desse cenário.
Ele destacou que, embora os avanços na medicina e outras áreas sejam positivos, existe o risco de criar “um mundo falso” e questionar “qual é a verdade?” ao fazê-lo. Além disso, expressou preocupação com as chamadas deepfakes, vídeos e áudios criados por IA que podem criar situações falsas com alta fidelidade.
Críticas à manipulação digital e ao impacto social
O Papa contou ter sido vítima de uma fake news criada por inteligência artificial, na qual um vídeo falso mostrava-o caindo de uma escada. “Em apenas três meses como papa, alguém criou um vídeo artificial de mim caindo de uma escada,” revelou, reforçando o desafio de combater as notícias falsas.
Ele também advertiu sobre a tendência de as pessoas acreditarem facilmente em informações enganosas, explicando que há uma busca por conspirações e notícias falsas, que podem ser muito destrutivas. “A tentação é que as pessoas de fato acreditem nelas,” afirmou.
Rejeição a avatares papais e preocupações éticas
Ao mencionar uma solicitação recente para criar uma versão artificial do próprio Papa, o pontífice foi categórico: “Não autorizaria isso.” Ele destacou que “se há alguém que não deve ser representado por um avatar, é o próprio papa.”
Perspectivas futuras e a responsabilidade da Igreja
Leo XIV afirmou que a Igreja não é contra os avanços tecnológicos, mas que o ritmo acelerado do desenvolvimento preocupa. “Precisamos refletir sobre o que estamos criando e quais valores queremos preservar,” concluiu, pedindo conscientização e diálogo entre fiéis e especialistas para evitar que a tecnologia substitua a presença de Deus na vida das pessoas.
Para mais informações, acesse a reportagem original na ACI Prensa.