O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, declarou nesta quarta-feira que o governo não pretende alterar as metas fiscais estabelecidas, mesmo com a persistência da alta da taxa básica de juros, a Selic, que deve permanecer no nível atual por um período bastante prolongado. A declaração ocorre após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manter a taxa em 15% ao ano pela segunda reunião consecutiva.
Juros elevados e impacto na arrecadação
Durigan afirmou que há preocupação com a política monetária restritiva e o efeito severo que ela tem sobre a economia. “Temos muita preocupação com a dose do remédio da política contracionista, que pode trazer maiores prejuízos para a arrecadação e o crescimento”, disse. Segundo ele, a desaceleração da economia, refletida na redução de R$ 2,4 bilhões na projeção de arrecadação de tributos, é decorrente do aumento dos juros.
Desaceleração econômica e perda de receita
Durigan explicou que o desaquecimento se deve ao alto patamar da taxa de juros, que já impacta diversos tributos administrados pela Receita Federal. “Tem um desaquecimento em função da taxa de juros, que está em patamar bastante restritivo, e já se reflete em vários tributos”, afirmou. Mesmo assim, o secretário garantiu que o governo mantém o compromisso com as metas fiscais para 2025, de zero déficit, e para 2026, de superávit de 0,25% do PIB.
Compromisso com as metas fiscais
Durigan reforçou que, apesar das dificuldades geradas pela política monetária e pelo cenário de desaceleração, não há previsão de mudança nas metas fiscais. “Dado o nosso compromisso com atingir as metas de primário, não acho que vai haver mudança do lado da equipe econômica”, afirmou. Ele também destacou que o governo está atento às perdas de receita causadas pelos compromissos fiscais, mas permanece firme na trajetória planejada.
Perspectivas futuras
Analistas avaliam que a continuidade da política de juros elevados pode prolongar a desaceleração econômica, dificultando o alcance das metas fiscais. O Ministério da Fazenda, por sua vez, reafirma o compromisso com a estabilidade fiscal e a retomada do crescimento econômico assim que as condições de mercado permitirem.
Para mais informações, acesse a reportagem completa no O Globo.