O clima de tensão e insegurança envolvendo a morte do personal trainer Rodrigo Gama, ocorrido em 2023 dentro de uma academia em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, ganhou novos contornos com a entrega do mandante do crime à polícia. Genilson Lino da Silva, mais conhecido como “Perna”, se apresentou à Polícia Civil na última sexta-feira (19), na cidade de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
Identificação e histórico criminal de Genilson Lino
Genilson Lino estava com mandado de prisão em aberto e possui um extenso histórico criminal, incluindo crimes de tráfico de drogas e estelionato. Durante sua entrega, ele manifestou a intenção de se apresentar à polícia, o que levou à sua prisão. Ao consultar o Banco Nacional de Mandados de Prisão, a Polícia Militar do Mato Grosso do Sul verificou que Genilson tinha uma condenação de 70 anos, dois meses e 15 dias em regime fechado, por diversos crimes, incluindo porte ilegal de arma de fogo, roubo e associação criminosa.
Motivação por trás do assassinato
As investigações da Polícia Civil de Pernambuco revelaram que a morte de Rodrigo Gama foi planejada, após uma reclamação feita pelo personal trainer a Genilson, que estava sendo acusado de filmar alunas sem autorização durante os treinos na academia. O delegado Bruno Vital, responsável pelo caso, aponta que Rodrigo havia chamado Genilson em particular para discutir seu comportamento inadequado, o que despertou a ira do mandante.
A execução do crime
O assassinato de Rodrigo Gama ocorreu em um momento de brutalidade extrema. Imagens de câmeras de segurança da academia mostram o momento em que ele foi alvejado por um tiro na nuca. O autor dos disparos, Felipe Coelho Silveira, também foi preso em dezembro de 2024 na Bahia, identificado como integrante de uma facção criminosa local.
Histórico criminal de Genilson em detalhes
Conhecido como “General do Crime”, Genilson é um antigo membro de uma organização criminosa originária da Bahia, e já cumpriu pena entre 2005 e 2018, sendo considerado uma das figuras mais perigosas do estado. Em 2009, foi alvo de uma CPI do Congresso Nacional por sua influência e liderança nos presídios da Bahia. Em 2008, seu escapamento foi um episódio notório: durante uma operação no presídio, ele foi flagrado com duas pistolas carregadas e uma quantia significativa de dinheiro em espécie dentro de sua cela.
Outros envolvidos no crime
Além de Genilson, várias outras pessoas foram implicadas no crime. Hugo José Alves da Silva Marinho foi preso em março de 2024 por fornecer o veículo usado na fuga após o assassinato. Dênio Felipe, preso em fevereiro de 2023, seria o responsável pelo pagamento do motorista do transporte de aplicativo que ajudou a levar o executor do crime. Outras identidades de envolvidos permanecem sob sigilo judicial.
Repercussão e sentimentos da comunidade
O assassinato de Rodrigo Gama gerou grande comoção na comunidade local, que se manifestou em clamor por justiça e segurança nas academias de Caruaru. A morte brutal de um profissional querido e respeitado levantou questionamentos sobre a segurança dos estabelecimentos e a necessidade de medidas mais rigorosas para prevenir a violência relacionada ao crime organizado. Com a recente entrega de Genilson Lino, a esperança de que justiça seja feita parece ter ganhado novos ares.
Enquanto autoridades continuam a desvendar os contornos dessa tragédia, a expectativa é de que o caso funcione como um alerta para os perigos da cultura do crime e a utilização de violência como resposta a conflitos pessoais, reforçando a importância de resolver desavenças de forma pacífica.
