O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta segunda-feira que a votação do projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) deve ocorrer na próxima semana. A decisão foi tomada para dar tempo ao colégio de líderes avaliar o relatório da comissão especial, relatado pelo deputado Arthur Lira (PP-AL).
Esperando o momento adequado para a votação
“Convocamos o deputado Arthur para ir ao colégio de líderes esta semana explicar o seu relatório, para que possamos ter uma posição sobre a pauta ainda esta semana e, se possível, levá-la à votação na próxima semana”, declarou Motta durante o evento Macro Day 2025, realizado pelo BTG Pactual em São Paulo. O presidente da Câmara reforçou a importância de preservar o equilíbrio do Parlamento diante do clima político tenso envolvendo temas como a PEC da Blindagem e a questão da anistia.
Prioridade do projeto e ajustes na proposta
O projeto é prioridade do governo por ampliar a faixa de isenção do IR para trabalhadores que recebem até R$ 5 mil mensais. Atualmente, a isenção é válida para quem ganha até dois salários mínimos, cerca de R$ 3.036. A proposta também prevê um desconto parcial para rendimentos entre R$ 5 mil e R$ 7.350 e cria um imposto mínimo progressivo de até 10% para quem possui rendimentos anuais acima de R$ 600 mil, visando compensar a perda de arrecadação.
Segundo auxiliares do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o texto, relatado por Arthur Lira e aprovado em comissão especial, já consolidou a maior parte das medidas. Ainda há uma janela política necessária para sua tramitação, mas o projeto está pronto para votação, aguardando o ambiente político favorável. No Senado, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) deve apresentar uma versão paralela da tabela do IR, aumentando a pressão para destravar a pauta.
Contexto político e expectativas
Apesar do clima conflagrado no Parlamento devido à liberação de emendas e temas polêmicos, a avaliação do governo é que a demora na votação está relacionada ao ambiente político instável. Hugo Motta destacou que o adiamento não configura atraso, mas uma estratégia para garantir uma aprovação equilibrada. “Vejo com muita força o trabalho da comissão e o que foi aprovado. Não há disposição entre os líderes de aprovar sem compensação”, afirmou.
Perspectivas futuras
Ao manter o foco no avanço da pauta, a Câmara busca, conforme Motta, manter uma tramitação responsável, que leve em consideração as complexidades do momento político. A expectativa é que, assim que o relatório estiver amadurecido, a votação ocorra de forma célere na próxima semana.
Fonte: O Globo