No dia 22 de setembro, o Metrô de São Paulo realiza a sessão inaugural de licitação para escolher a empresa que ficará responsável pelo primeiro lote das obras civis da nova Linha 19-Celeste. Este projeto é um marco na infraestrutura de transporte, planejado para conectar o Centro da capital paulista ao município de Guarulhos, elevando a mobilidade urbana na região. Com um investimento de R$ 19,5 bilhões, a linha terá 17,6 km de extensão e contará com 15 estações, transformando a forma como os paulistanos se deslocam.
Detalhes da licitação e das obras
A primeira concorrência pública abrange o Lote 01, que contempla as estações Bosque Maia, Guarulhos-Centro, Vila Augusta, Dutra e Itapegica. O vencedor será incumbido de encomendar um tatuzão, equipamento essencial para escavação dos túneis, cuja tecnologia facilitará a travessia por áreas densamente urbanizadas e importantes rios, como o Tietê, Tamanduateí e Cabuçu de Cima.
A expectativa é que as obras tenham início em 2027 e sejam concluídas em 2033, com um prazo de 75 meses para finalização a partir da assinatura dos contratos. A proposta do governo de São Paulo é que três empresas diferentes sejam contratadas para atuar simultaneamente, visando acelerar o progresso das obras.
Impacto na mobilidade urbana
A Linha 19-Celeste terá um papel crucial no sistema de transporte público da cidade. Com previsão de atender aproximadamente 630 mil passageiros diariamente, a nova ligação entre Guarulhos e o Centro de São Paulo promete reduzir o tempo de trajeto em até uma hora. A interligação das estações com as linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha do Metrô, além de conexões com linhas de trem, proporcionará uma integração mais eficiente para os usuários.
Entre as melhorias previstas estão a construção de 18 poços de ventilação e saídas de emergência, junto com a readequação das estações já existentes, como São Bento e Anhangabaú. Além disso, a nova linha contará com sistemas auxiliares que incluem escadas rolantes, elevadores, ventilação adequada, iluminação, detecção de incêndio e painéis elétricos.
A história da Linha 19-Celeste
A Linha 19 será a primeira ligação direta entre Guarulhos, que é o segundo município mais populoso do estado, e o Centro de São Paulo. Com 31 trens previstos para operar na linha, o objetivo é criar uma alternativa viável de transporte, beneficiando tanto os moradores de Guarulhos quanto os frequentadores da capital.
As futuras estações a serem construídas são: Bosque Maia, Guarulhos-Centro, Vila Augusta, Dutra, Itapegica, Jardim Julieta, Vila Sabrina, Cerejeiras, Santo Eduardo, Vila Maria, Catumbi, Silva Teles, Cerealista, São Bento e Anhangabaú. Elas representam um avanço significativo na mobilidade da região, sendo um dos maiores investimentos em infraestrutura já realizados no estado.
Desafios e perspectivas para o projeto
Embora a expectativa seja de uma forte concorrência durante o leilão eletrônico, o projeto já enfrenta desafios. Algumas construtoras tentaram barrar a licitação e alterar o edital, mas essas tentativas foram negadas pelo Metrô. A gestão atual, sob comando de Tarcísio de Freitas (Republicanos), está confiante na viabilidade do projeto e no seu impacto positivo na mobilidade urbana, mas permanece atenta a possíveis imprevistos que possam surgir.
Com mais de 5,7 milhões de metros cúbicos de escavação estimados, 1,37 milhão de metros cúbicos de concreto, 187 mil toneladas de aço e 610 mil metros cúbicos de calda de cimento necessários, a construção da Linha 19-Celeste requer um esforço considerável. Métodos de escavação como tuneladoras (tatuzões), o método austríaco (NATM) e a utilização de valas a céu aberto serão aplicados, especialmente em trechos desafiadores, como nas estações Cerealista, São Bento e Anhangabaú, onde o solo arenoso e o lençol freático elevado representam um desafio adicional.
Num contexto de crescimento populacional e aumento no uso de transporte público, a Linha 19-Celeste surge como uma solução necessária para atender à crescente demanda por mobilidade nas grandes cidades. A conexão entre Guarulhos e São Paulo não apenas facilita o deslocamento, mas também promove um desenvolvimento mais sustentável e acessível para todos.
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