O Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central (BC), trouxe uma atualização sobre as expectativas do mercado financeiro para o ano de 2025, e os resultados mostram uma notável estabilidade em relação às projeções que foram divulgadas na semana anterior. Um dos principais destaques do documento é a manutenção da previsão da inflação em 4,83%, que se baseia no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
A inflação e suas previsões
Vale recordar que, há quatro semanas, a inflação oficial do Brasil havia sido projetada em 4,86%. Essa perspectiva de inflação deve cair para 4,29% em 2026, e para 3,90% em 2027. Em um cenário mais recente, em agosto, o país registrou sua primeira deflação desde agosto de 2024, com uma taxa de -0,11%, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Essa deflação aproxima ainda mais as projeções do mercado financeiro do teto superior estabelecido pelo Banco Central, que é de 4,5%.
No que diz respeito ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), foi observada uma deflação ainda mais acentuada, atingindo -0,21%. Esta foi a primeira vez desde agosto de 2024 que o INPC registrou um valor negativo, já que anteriormente havia alcançado -0,14%. O INPC é um índice que mede a inflação média do país e reflete o impacto das variações de preços na vida do consumidor.
Expectativas sobre o PIB e a taxa Selic
O Boletim Focus também trouxe as projeções do mercado financeiro para o Produto Interno Bruto (PIB). As expectativas permanecem estáveis, com previsão de crescimento de 2,16%, idêntica à estimativa da semana passada. Há quatro semanas, a expectativa era de que o PIB fechasse o ano com um crescimento ligeiramente maior, de 2,18%. Para os anos de 2026 e 2027, o mercado financeiro mantém as previsões em 1,80% e 1,90%, respectivamente.
A taxa Selic, que é a taxa básica de juros utilizada pelo Banco Central para controlar a inflação, também se manteve estável pelo 13º semana consecutiva, fixada em 15% ao ano. Essa taxa foi mantida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC e espera-se que permaneça assim nos dois anos seguintes, com projeções de 12,25% para 2026 e 10,50% para 2027.
O Copom justificou essa manutenção da Selic em 15% devido às incertezas do ambiente externo, particularmente em relação à política econômica dos Estados Unidos e suas repercussões sobre os países emergentes. As decisões de política monetária devem ser tomadas com cautela, em meio a um cenário global marcado por tensões geopolíticas.
Cenário do câmbio e suas implicações
Em relação ao mercado de câmbio, o boletim manteve a projeção da cotação do dólar em R$ 5,50 ao final de 2025, um valor que se mantém constante desde as últimas previsões. Quatro semanas atrás, a previsão era de que a moeda norte-americana encerrasse o ano cotada a R$ 5,59. Para os anos seguintes, as expectativas são que o dólar feche 2026 e 2027 com a mesma cotação de R$ 5,60.
No cenário atual, a cotação do dólar está em R$ 5,32, refletindo as dinâmicas do mercado financeiro. Essa estabilidade sugere uma confiança moderada por parte dos investidores, que aguardam as próximas movimentações econômicas dentro e fora do Brasil.
Em resumo, o relatório do Boletim Focus reafirma a estabilidade nas projeções de inflação, PIB, Selic e câmbio, refletindo um momento de cautela, mas também de expectativa de crescimento moderado para os próximos anos. As decisões políticas, tanto no âmbito nacional quanto internacional, continuarão a influenciar essas projeções, exigindo atenção constante dos analistas e da população em geral.