No cenário político de São Paulo, um novo embate se desenrola entre as vereadoras Amanda Vettorazzo (União Brasil) e Zoe Martínez (PL). O conflito, que começou nas redes sociais, culminou em representações formais protocoladas na Corregedoria da Câmara Municipal na última sexta-feira (19). A disputa entre as parlamentares, que se intensificou parando em críticas e ofensas, centrou-se na controvertida Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, que dificulta ações penais contra deputados e senadores.
A origem da polêmica
No dia 17 de setembro, Amanda Vettorazzo usou seus perfis em redes sociais para criticar a votação de parlamentares de direita que apoiaram a PEC. Em sua provocativa postagem, Vettorazzo expressou seu descontentamento, afirmando que ações judiciais somente poderiam ser iniciadas com a autorização prévia da Câmara ou do Senado, promovendo imunidade para os deputados e senadores: “O bolsonarismo deu imunidade eterna ao centrão”, afirmou.
A troca de ofensas
A provocação gerou uma rápida resposta de Zoe Martínez, que disparou críticas à colega, chamando-a de “bandejão da municipalidade” e atacando sua vinculação ao Movimento Brasil Livre (MBL). A discussão se acirrou com os insultos recebidos, levando Vettorazzo a classificar Zoe de “forasteira”, o que foi interpretado por Martínez como um ato de xenofobia, resultando em um grave desentendimento entre as vereadoras.
Repercussões do embate
Marcando a gravidade da situação, Zoe apresentou vídeos nos quais Amanda sugere que a vereadora cubana deveria retornar ao seu país de origem. “Pena que o Gugu não está vivo, porque deveria ter aquele quadro ‘De volta para sua terra’”, comentou Vettorazzo em um dos vídeos.
Em resposta, Zoe não hesitou em enfatizar a importância da sua trajetória como imigrante. “Ser forasteira nunca foi uma opção… O preconceito contra um é a afronta contra todos. Amanda Vettorazzo é uma vereadora que não gosta de imigrantes!”, escreveu na sua postagem em defesa de sua origem e dignidade.
Representações na Corregedoria
Na representação apresentada à Corregedoria, Vettorazzo alegou que Zoe a acusou de “comportamento promíscuo, obsceno e despudorado”, afirmando que os insultos tinham caráter libidinoso, afetando sua dignidade como mulher e parlamentar. Zoe, por sua vez, também protocolou uma representação, alegando que se sentiu rebaixada por causa de sua nacionalidade e que os ataques representavam um desrespeito à sua dignidade.
As declarações no futebol político
Após a troca de acusações, Zoe Martínez fez uma nota à imprensa e comentou sobre a postura do MBL em suas estratégias de ataque. “O engraçado é que essa turma adora puxar briga para aparecer… Usar essa história para me atacar é xenofobia”, lamentou a vereadora, questionando a moralidade dos ataques direcionados a sua origem.
Enquanto isso, Amanda respondeu às acusações de Zoe, dizendo que sua atuação parlamentar tem sido marcada por um comportamento desequilibrado e que o que ela deseja é focar em propostas relevantes, como a aprovação do PL Anti-Oruam, discutido no mesmo dia em que ocorreram as ofensas.
Um histórico de conflitos
Este não é o primeiro conflito envolvendo Zoe Martínez. Recentemente, um embate com a vereadora Janaína Paschoal (PP) também causou alvoroço na Câmara Municipal, quando críticas foram levantadas sobre uma viagem a Nova York custeada com dinheiro público. A tensão tem permanecido alta, refletindo o cenário acirrado da política local.
Com a reputação das vereadoras em questão agora, a Câmara dos Vereadores ainda não se manifestou sobre os próximos passos a serem seguidos em relação às representações feitas. O que se espera é que a situação não normalize e que as discussões políticas continuem fervilhando nas redes sociais, agora acompanhadas de um novo olhar sobre a questão da imigração e a dignidade no debate político em São Paulo.