Brasil, 22 de setembro de 2025
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Estudo revela percepção de desinformação entre brasileiros

A pesquisa aponta que brasileiros confiam mais em familiares e amigos para validar informações do que em profissionais da mídia.

A desinformação é um dos desafios mais prementes da era digital, e um novo estudo do InternetLab, em parceria com a Rede Conhecimento Social, revela que a percepção de desinformação entre os brasileiros é mais evidente em temas ligados a eleição e política, enquanto diminui em questões do cotidiano. O levantamento, que entrevistou 6.065 pessoas no Brasil e em outros 18 países no mês de julho de 2024, ressalta a importância da auto-verificação por parte dos consumidores de informação.

A percepção da desinformação no Brasil

De acordo com a pesquisa, 37% dos entrevistados acreditam que a maioria das informações referentes a eleições é composta por desinformação. Já na esfera da política de forma geral, 27% compartilham dessa percepção. Em contrapartida, quando o assunto é cotidiano, como os preços de alimentos, apenas 11% acreditam que as informações circulantes são predominantemente falsas. Essa disparidade revela um cenário em que o tema afeta a confiança dos cidadãos de maneiras diferentes.

A consultora de desinformação Ester Borges, do InternetLab, explica que a maior parte da confiança dos brasileiros está depositada em seus círculos sociais íntimos. “Os assuntos do cotidiano são mais confiáveis, pois são discutidos por pessoas que conhecemos e que fazem parte do nosso convívio”, afirma. Esse contexto é moldado pelas desconfianças que prevalecem em relação aos governos latino-americanos.

Confiança em fontes de informação

O estudo também mostra que, apesar de profissionais de mídia e especialistas serem considerados referências para verificação de informações, os brasileiros tendem a confiar mais em amigos e familiares. Enquanto 24% confiam em familiares, apenas 18% dessa confiança se observa na América Latina como um todo. Os amigos são apontados como fonte confiável por 17% dos entrevistados, e 15% afirma confiar em suas próprias avaliações.

Um ponto crucial identificado na pesquisa é a postura ativa dos usuários em relação à verificação de informações, onde 70% dos brasileiros evitam compartilhar conteúdos rotulados como falsos ou enganosos. O estudo reforça a ideia de que há uma maior consciência sobre a desinformação, levando as pessoas a serem mais seletivas na hora de compartilhar notícias.

Preferência por múltiplas fontes de informação

Em um cenário diversificado de consumo de informações, 77% dos brasileiros afirmam utilizar mais de uma fonte ao se informar. O Google é a ferramenta mais utilizada, com 64% das respostas, seguido por Instagram (54%) e YouTube (45%). Essas plataformas se destacam em relação a redes sociais e aplicativos de mensagens, que ocupam a prioridade em consultas de notícias, com 59% mencionando-as como a primeira fonte de informação.

Dentre os usuários que acessam as redes sociais, quase metade (48%) busca posteriormente validação em outras fontes, enquanto 22% diz que verifica na TV ou no rádio, o que mostra um comportamento de checagem ativa em busca de um entendimento mais aprofundado sobre os temas discutidos.

Um olhar comparativo com outros países

Embora o Brasil e outros países da América Latina compartilhem uma percepção comum sobre a desinformação, existem contrastes significativos. Por exemplo, 69% dos usuários no México dizem que compartilham notícias no Facebook, enquanto no Brasil, essa taxa é de apenas 31%. Além disso, o uso do YouTube é mais proeminente no Brasil e nos países do Cone Sul (Chile, Argentina, Uruguai e Paraguai), ao passo que o TikTok ganha mais relevância na América Central e no Caribe.

Conclusão: um desafio contínuo

O estudo reforça que os brasileiros não são meros receptores de informações, mas sim consumidores ativos que se preocupam com a veracidade do que compartilham. A construção de redes confiáveis, fundamentadas em círculos íntimos e na validação cruzada de informações, é um passo importante na luta contra a desinformação. O desafio da desinformação no Brasil continua, mas a conscientização e a busca por fontes diversificadas podem trazer à tona um ecossistema informacional mais saudável.

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