Nomeado pelo Papa Leão XIV, o arcebispo polonês Mirosław Wachowski assumiu recentemente a função de núncio apostólico no Iraque. Em uma entrevista ao Vatican News, ele compartilha a profundidade de sua vocação, sua nova missão em uma região marcada pela história e os desafios da fé, e seu compromisso com a promoção da dignidade humana e da paz.
A caminho de Abraão e da Igreja de mártires
O arcebispo Wachowski expressa seu entusiasmo e humildade ao aceitar essa nova missão em uma “terra de fé e tradição”. Ele relembra que sua jornada o leva ao coração de onde tudo começou: “Estou indo para onde Abraão, o pai de fé das três religiões, veio. Sou enviado para uma Igreja antiga, que foi construída sobre o anúncio apostólico do Evangelho”. Esta missão não é apenas geográfica; é um retorno às raízes da fé cristã.
Ele destaca que a Igreja no Iraque manteve sua fé apesar das adversidades, tendo se transformado em uma “Igreja de mártires”. Este título não é mero adorno; é um reflexo da realidade enfrentada pelos cristãos iraquianos, que, mesmo diante da perseguição e da redução do número de fiéis, continuam a ser um pilar de estabilidade em uma sociedade marcada por divisões. “Os cristãos são muito valorizados pelas autoridades e pela sociedade, pois são um fator de estabilização em uma sociedade frequentemente dilacerada por conflitos”, afirma.
Função diplomática e um chamado à paz
A função de núncio, segundo o arcebispo, vai além do diplomático; é uma missão espiritual onde cada núncio representa o Papa. Ele acredita que é vital que essa proximidade se traduza em ações concretas de apoio e diálogo: “O ministério é servir ao aprofundamento da comunhão entre as Igrejas locais e Roma”. Essa conexão é crucial, especialmente em tempos de crise.
Ele sublinha a importância do Papa ser uma figura de proximidade para os fiéis, especialmente em momentos de dificuldades. “O papel do representante pontifício é crucial: atua junto às autoridades civis e, além de promover a dignidade da pessoa humana e os direitos universais, trabalha pela paz”, explica.
O papel da Igreja na promoção dos direitos humanos
Para o arcebispo Wachowski, a missão de um núncio inclui um compromisso com a dignidade humana. Ele observa que, enquanto a Igreja enfrenta desafios internos e externos, a promoção dos direitos humanos se torna cada vez mais essencial. Isso não se limita ao âmbito espiritual, mas se expande para a vida cotidiana dos iraquianos, muitos dos quais enfrentam opressão e injustiça.
O novo núncio também ressalta a necessidade de um diálogo aberto entre os diferentes grupos sociais e religiosos. “A paz não é apenas a ausência de conflito, mas a presença de justiça. A Igreja tem a responsabilidade de ser uma voz para os que não têm voz, de lutar por aqueles que não podem lutar por si mesmos”, conclui.
Com sua visão clara sobre a importância do compromisso social e espiritual, o arcebispo Mirosław Wachowski inicia esta nova fase de sua vida com determinação e uma forte consciência do papel histórico que a Igreja desempenha na sociedade iraquiana.
A recente nomeação do arcebispo não só destaca a importância da Igreja na promoção de valores fundamentais, mas também renova a esperança em um futuro melhor para a região e para todos os seus habitantes.
Com um olhar para o passado, o arcebispo se prepara para moldar um futuro onde a dignidade humana e a paz sejam sempre prioridade.
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