Brasil, 22 de setembro de 2025
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Disputa por vaga no ministério do turismo se intensifica

A saída de Celso Sabino do governo gera competição intensa entre partidos pela sua vaga.

A iminente saída de Celso Sabino do Ministério do Turismo acendeu uma disputa fervorosa no governo e provocou pressão sobre o atual titular do Esporte, André Fufuca. Sabino, que comunicou sua decisão ao presidente Lula, deverá formalizar sua saída após o retorno do chefe do Executivo de uma viagem a Nova York, marcada para esta quarta-feira. Essa movimentação não apenas abre espaço para a busca de um novo nome na pasta, mas também está intimamente ligada à estratégia para a próxima campanha presidencial em 2026.

Possíveis substitutos para o ministério do turismo

Dentre as opções para suceder Sabino, a secretária-executiva do ministério, Ana Carla Machado Lopes, aparece como uma forte candidata caso Lula decida manter o ex-ministro por perto. Além disso, o PDT, que atualmente ocupa a pasta da Previdência, manifestou interesse em ampliar sua influência no governo, indicando seu desejo de comandar o Turismo. O partido, em um almoço com a bancada no Palácio da Alvorada, fez essa solicitação diretamente ao presidente.

Os cálculos do Palácio do Planalto também incluem o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), que busca manter um representante de seu estado à frente do ministério, especialmente com a COP30 se aproximando, evento que ocorrerá em Belém em novembro. Vale ressaltar que Sabino é um aliado político de Barbalho e também almeja concorrer ao Senado na chapa do governador. “Pretendo respeitar a decisão do meu partido. O presidente (Lula) me pediu para aguardar a volta dele da Assembleia Geral da ONU. Vamos voltar a conversar”, declarou Sabino em Belém ao portal g1.

Conflitos entre partidos e repercussões políticas

Dentro do PT, há um forte apoio à nomeação do atual presidente da Embratur, Marcelo Freixo. Contudo, sua disposição em concorrer a deputado nas eleições de 2024 representa um empecilho, pois teria que deixar o cargo em abril. Parlamentares do partido não se oporão a um crescimento do PDT na estrutura ministerial, dando margem para que uma nova fase política se inicie. Um dos vice-líderes do PT na Câmara, Patrus Ananias (MG), comentou sobre a questão, afirmando que “essa é uma decisão que cabe ao Palácio do Planalto”, mas que ele possui “apreço” por Freixo e uma relação de respeito com ele.

A saída de Sabino também reflete sobre o futuro de André Fufuca, atual ministro do Esporte. O União Brasil, que formou uma federação com o PP em agosto, decidiu solicitar a entrega de todos os cargos ocupados por seus integrantes no governo, incluindo o ministério de Fufuca. Essa decisão aconteceu em meio a diretrizes políticas que colocaram o partido em uma posição de desconfiança. O presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, anunciou o movimento após a divulgação de rumores sobre um suposto envolvimento de suas propriedades com atividades do crime organizado, situação que Rueda nega veementemente.

A tensão no governo e a busca por estabilidade

Além disso, o clima tenso dentro do governo se intensificou após a votação de um projeto que gerou insatisfação com o suplente do ministro na Câmara, Allan Garcês (PP-MA). A votação do requerimento de urgência para a análise da anistia provocou revolta no Planalto, especialmente após um pedido anterior da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, que solicitou empenho para barrar essa proposta. Fufuca tem tentado se distanciar do seu suplente, afirmando que não tem qualquer relação com ele.

Com as pressões crescendo em relação à saída de Sabino, é possível que Fufuca também veja seu futuro à frente do ministério do Esporte ameaçado. Em um fechamento de semana ativa, Fufuca participou de uma agenda de obras no Maranhão. Para o PDT, o cenário em torno do ministério do Esporte ficará sob atenção, principalmente caso o Turismo seja designado a Freixo ou a um indicado de Barbalho.

O futuro dos ministérios e a relação entre partidos

Essas possíveis mudanças nos ministérios sinalizam o fim de um período já tumultuado na política brasileira. Sabino assumiu o Turismo em julho de 2023, após a saída de Daniela Carneiro, que perdeu apoio da bancada do União Brasil. A intenção era manter um alinhamento maior do partido com as pautas do governo, o que, até então, não se concretizou de forma abrangente e sempre exigiu negociações minuciosas.

Fufuca chegou ao governo dois meses após Sabino, ambos como parte da estratégia de consolidar uma base sólida no Congresso. No entanto, a instabilidade atual leva o governo a considerar articular-se diretamente com os comandantes das Casas legislativas, reforçando laços com líderes estratégicos como Davi Alcolumbre, presidente do Senado. Na última semana, Alcolumbre interviu para pausar a tramitação da PEC da Blindagem, um projeto que gerou conflitos e não era do interesse do Executivo. A proposta, que impede ações penais contra parlamentares sem autorização do Congresso, deve passar pela Comissão de Constituição e Justiça, mas enfrenta resistência no Senado, onde já se vislumbra uma maioria contrária a ela.

Em suma, a movimentação de Celso Sabino não apenas causa alvoroço no cenário político brasileiro, mas também revela as complexidades e tensões que cercam o governo atual, diante de um ambiente político cada vez mais desafiador.

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