O assassinato do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes, ocorrido na última segunda-feira (15/9) em Praia Grande, no litoral de São Paulo, trouxe à tona um plano sombrio da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) para 2024. Fontes, que havia se aposentado em 2023 e atuava como secretário de administração da cidade, estava na lista de alvos de um documento intitulado “Bate Bola”, que continha estratégias de atentados contra autoridades.
O plano de execução
Segundo informações divulgadas pelo programa Fantástico, da TV Globo, o nome de Ruy Ferraz Fontes constava como o item 16 no documento da facção, que também mencionava a perseguição a outras figuras proeminentes, como o promotor Lincoln Gakiya. Este último, em entrevista, esclareceu que as ordens para os ataques não eram enviadas por meio de bilhetes. “O que saiu de lá foram ordens verbais codificadas através de advogados, através de familiares. Não apenas de presos da cúpula, mas de outros que conviviam com eles”, afirmou Gakiya.
Ruy Ferraz Fontes era conhecido por sua atuação incisiva no combate ao PCC, sendo um dos principais responsáveis pela prisão de Marcos Willian Camacho, o ‘Marcola’, considerado o líder máximo da facção. Ao longo de sua carreira, Fontes ocupou posições de destaque na Polícia Civil de São Paulo, incluindo a função de delegado-geral. Após sua aposentadoria em 2023, o ex-delegado não contava com escolta, o que o tornou mais vulnerável.
Avanços na investigação
Após o homicídio, a polícia se mobilizou rapidamente, resultando na prisão de quatro suspeitos diretamente envolvidos no crime. Os detidos incluem Daeshly Oliveira Pires, acusado de transportar um dos fuzis utilizados no ataque; Luiz Henrique Santos Batista, conhecido como “Fofão”, suspeito de auxiliar na fuga dos criminosos; e Rafael Dias Simões, que se entregou à polícia e está sendo investigado por sua participação no crime. Willian Marques, dono de uma casa que serviu como base para a emboscada, também foi preso.
Além dos quatro detidos, outras três pessoas estão sendo procuradas pela polícia e são consideradas foragidas. Entre elas estão Flávio Henrique de Souza, Felipe Avelino da Silva, apelidado de Mascherano, e Luiz Antônio Rodrigues Miranda, que teria procurado uma arma para o crime.
Como o crime ocorreu
O assassinato de Fontes foi registrado por câmeras de segurança, que mostraram o momento em que seu carro colidiu com um ônibus e capotou. Os criminosos, utilizando balaclavas e coletes à prova de balas, desceram de outro veículo e executaram o ex-delegado a tiros. O ataque foi meticulosamente planejado, indicando a determinação da facção em eliminar os opositores.
A repercussão do crime
O assassinato de Ruy Ferraz Fontes levanta questões sobre a segurança Pública e a atuação do PCC no estado de São Paulo. A brutalidade do crime e a audácia dos executores mostram a força da facção criminosa e a necessidade de um esforço conjunto das autoridades para combater essa ameaça. Em um momento em que a violência se intensifica, a sociedade e as instituições precisam se unir para garantir a segurança e proteger aqueles que lutam contra o crime organizado.
O legado de Ruy Ferraz Fontes como investigador do PCC é inegável, e sua morte não deve ser vista apenas como uma estatística, mas sim como um chamado à ação para aprofundar a luta contra o crime organizado em nosso país. A resposta das autoridades e a mobilização da sociedade civil serão fundamentais para o futuro do combate ao crime no Brasil.
As informações sobre o plano de execução e a descoberta dos suspeitos ainda estão em andamento, e um acompanhamento detalhado do caso será crucial para a justiça. A luta contra organizações criminosas como o PCC demanda vigilância constante e ações contundentes. Um alerta foi dado e deve ser levado a sério por todos os setores da sociedade.