Brasil, 22 de setembro de 2025
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Ex-delegado executado sabia que estava jurado de morte

Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado da Polícia Civil de SP, sabia que estava na mira do PCC antes de ser assassinado em Praia Grande.

No último domingo, durante uma reportagem exibida pelo programa Fantástico, foram reveladas novas informações sobre a execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes. O ex-delegado sabia que estava jurado de morte e teve seu nome listado entre autoridades a serem eliminadas pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). Este fato foi confirmado por ele mesmo em um depoimento à Justiça, realizado em 2019, durante o julgamento do caso “Bonde dos 14”. A situação levanta questões alarmantes sobre a segurança de autoridades envolvidas no combate ao crime organizado em São Paulo.

Um alerta ignorado: depoimento revela ameaças anteriores

Em sua declaração, Ruy Ferraz Fontes revelou que uma investigação feita por policiais identificou que o PCC havia emitido uma ordem de morte contra algumas autoridades, incluindo seu nome. “Era uma carta entre eles determinando essas mortes”, explicou o ex-delegado na audiência. Ruy permaneceu no cargo até 2022 e se aposentou no ano seguinte, mas mesmo fora da Polícia Civil, as ameaças continuaram. Documentos acessados pelo Fantástico, datados de 2024, confirmam que sua vida continuava em perigo.

O promotor de Justiça, Lincoln Gakiya, que também teve seu nome citado nas ameaças, reforçou a gravidade da situação. “Essas ordens nunca foram retiradas, inclusive a minha, elas estão de pé”, afirmou Gakiya. A revelação não apenas expõe as falhas na proteção das autoridades, mas também coloca em evidência a audácia do PCC em desafiar o sistema.

Investigação sobre o assassinato

Atualmente, a polícia de São Paulo investiga as causas do assassinato de Ruy Ferraz Fontes, que ocorreu em uma emboscada em Praia Grande. A investigação se divide em duas linhas: uma relacionada a vingança do PCC e outra ligada à atuação de Ruy como secretário municipal. Até agora, quatro suspeitos foram presos. Entre eles, estão:

  • Daeshly Oliveira Pires – considerado o responsável por buscar um dos fuzis utilizados no crime.
  • Luiz Henrique Santos Batista (conhecido como “Fofão”) – apontado como cúmplice na fuga após o assassinato.
  • Rafael Dias Simões – se entregou à polícia e é visto como um dos participantes diretos do atentado.
  • Willian Marques – dono da residência que serviu de base para a ação, também se entregou.

Três outros suspeitos permanecem foragidos: Flávio Henrique de Souza, Felipe Avelino da Silva (conhecido como Mascherano) e Luiz Antônio Rodrigues Miranda, que seria o responsável por ordenar a busca pela arma utilizada no crime.

A defesa de Willian Marques manifestou-se, afirmando que foi pega de surpresa pela decretação da prisão e se colocou à disposição para colaborar com a investigação. Por outro lado, o advogado de Rafael Dias Simões negou veementemente a participação de seu cliente no delito. A reportagem do Fantástico não conseguiu contato com os defensores de Daeshly Oliveira Pires e Luiz Henrique Santos Batista.

Buscas ainda em andamento

Com as investigações em andamento, as autoridades continuam em busca dos foragidos e tentam descobrir a motivação exata por trás do assassinato. A execução do ex-delegado traz à luz a preocupante crise de segurança enfrentada por aqueles que são responsáveis pela proteção da sociedade, especialmente em um estado como São Paulo, marcado por uma intensa atuação do crime organizado.

No contexto atual, a situação exige uma reflexão mais profunda sobre as políticas de segurança e proteção às autoridades, além de um comprometimento efetivo para enfrentar as ameaças impostas pelo PCC e outros grupos criminosos.

Para quem deseja acessar mais detalhes sobre essa tragédia, a reportagem completa está disponível no vídeo abaixo e no site do Fantástico.

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