No último domingo (21/9), milhares de manifestantes se reuniram na Avenida Paulista, em São Paulo, para protestar contra a PEC da Blindagem e um projeto que visa anistiar condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. A manifestação contou com a participação de diversas pessoas que estenderam uma bandeira gigante do Brasil em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), um local histórico para as manifestações políticas no Brasil.
O ato como contraponto ao 7 de setembro
O ato deste domingo foi organizado como uma resposta ao evento realizado em 7 de setembro, onde apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro exibiram uma bandeira dos Estados Unidos. A bandeira brasileira, então, simbolizou um chamado à soberania nacional e à resistência contra o que os organizadores consideram ameaças à democracia.
Entre os destaques do ato, estavam críticas às políticas de Donald Trump, que, segundo os organizadores, prejudicaram a soberania do Brasil por meio de tarifas e sanções. Na manifestação, a oposição lembrava como as medidas do ex-presidente americano afetaram a nação brasileira.
Números do protesto
O Monitor do Debate Político, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), em parceria com a ONG More in Common, estimou que 42,4 mil pessoas participaram da manifestação em São Paulo. As manifestações, que começaram pela manhã em várias capitais, aos poucos ganharam força ao longo da tarde, especialmente em lugares como Porto Alegre (RS) e Recife (PE).
Entenda a PEC da Blindagem
A PEC da Blindagem estabelece que deputados e senadores só poderão ser investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) caso haja autorização da maioria em suas respectivas casas: 257 votos na Câmara ou 41 votos no Senado. Essa decisão seria tomada em uma votação secreta, com um prazo de até 90 dias para análise, salvo em casos de flagrante ou crimes inafiançáveis, que teriam o prazo reduzido a 24 horas.
Esse tema é considerado de extrema importância no atual cenário político, e o projeto ainda precisa passar pela tramitação no Senado antes de uma possível sanção presidencial.
A polêmica do PL da Anistia
Outra pauta que suscitou revolta no ato foi o Projeto de Lei da Anistia, que está sob a relatoria do deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP). Este projeto tem o objetivo de reduzir penas de indivíduos condenados por atos de golpismo ocorridos em 8 de janeiro de 2023. A proposta gerou críticas de diversos sectores políticos, sendo um dos principais motes dos protestos deste domingo.
Assim, o ato na Avenida Paulista não apenas mostrou a força do movimento, mas também foi uma oportunidade para os manifestantes expressarem suas preocupações sobre os rumos da democracia e da justiça no Brasil. O evento representa uma mobilização crescente e um espaço para discutir questões críticas que estão em jogo no atual momento político do país.
As manifestações populares sinalizam que a luta por democracia e transparência continua, com uma sociedade civil cada vez mais engajada e atenta às decisões políticas que impactam o seu cotidiano.
Acompanhe o desenrolar das discussões e dos resultados das manifestações e como esses eventos impactarão a política brasileira nos próximos meses.
