Brasil, 22 de setembro de 2025
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Custo elevado de carros nos EUA gera risco de recessão

O aumento dramático nos preços de carros e seguros está pressionando os americanos e gerando preocupações de uma possível recessão.

A escalada nos preços dos veículos e dos seguros nos Estados Unidos está levando milhões de motoristas à beira do colapso financeiro, o que gerou preocupações em Wall Street sobre uma possível recessão iminente. Este cenário alarmante é marcado por dívidas recordes em empréstimos automotivos, que atualmente somam impressionantes $1,66 trilhões, um aumento de 20% desde 2020, superando inclusive a dívida dos estudantes e dos cartões de crédito.

Endividamento crescente e suas implicações

O aumento das dívidas está se traduzindo em dificuldades financeiras concretas, com um aumento significativo no número de pagamentos atrasados e de veículos recuperados. A Consumer Federation of America (CFA) alertou que “atrasos, inadimplências e recuperações aumentaram nos últimos anos”, ressaltando que esses indicadores se assemelham profundamente aos padrões observados antes da Grande Recessão de 2008.

Naquela época, as instituições financeiras estavam liberando empréstimos para famílias em dificuldades, levando a uma onda de inadimplências quando a taxa de juros subiu e os pagamentos se tornaram insuportáveis. Este colapso foi uma das principais causas da crise financeira de 2008, que resultou em 3,1 milhões de execuções de hipotecas e o fechamento de grandes instituições financeiras como o Lehman Brothers e a Washington Mutual.

Custo de veículos e impacto no orçamento das famílias

Hoje em dia, o custo médio de um carro novo nos EUA atinge a marca de $49.856, resultando em pagamentos mensais médios de $745, com quase um em cada cinco motoristas desembolsando mais de $1.000 por mês apenas para quitar seus veículos. Os preços de carros usados também estão altos, com uma média de $25.393. Além disso, os prêmios de seguro aumentaram, com um custo médio de $194 mensais. Essas circunstâncias trouxeram à tona um número recorde de 1,6 milhão de veículos recuperados no último ano, a maior taxa desde a Grande Recessão.

A pressão econômica nas famílias

Erin Witte, diretora de proteção ao consumidor da CFA, descreveu a atual situação como um “bule econômico sob pressão”, destacando que “os empréstimos de carro caros estão colocando em risco a capacidade das famílias de evitar resultados desastrosos, como a inadimplência e a recuperação de veículos”. Para enfrentar esses altos preços, muitos consumidores estão assumindo mais riscos ao tomarem empréstimos mais longos, com prazos de sete e oito anos, uma sinalização clássica de estresse financeiro.

Embora esses prazos mais longos possam diminuir os pagamentos mensais, os proprietários acabam pagando milhares a mais ao longo do tempo devido aos juros acumulados. Essa dinâmica é uma luz de alerta sobre como a atual inflação está impactando as finanças das famílias americanas em sua capacidade de realizar despesas cotidianas.

Por que a situação continuará complicada?

Desde a pandemia, as montadoras de veículos têm aumentado os preços para acompanhar a demanda crescente. Entre 2020 e 2023, a escassez de chips de computador — essenciais para muitas das tecnologias eletrônicas em veículos modernes — gerou um gargalo na produção. As denúncias de preços inflacionados tiveram como pano de fundo um aumento na demanda por carros quando os consumidores recebiam cheques do governo.

Paralelamente, a introdução de novas tecnologias de segurança nos veículos, como câmeras e sensores, contribuiu para o aumento das despesas com seguros e reparos, o agravamento na situação financeira das famílias. Somado a isso, a inflação nos reparos de veículos foi de 15% no último mês, refletindo as dificuldades financeiras contínuas.

A conclusão e um olhar para o futuro

A situação se torna ainda mais complexa com políticas econômicas que não favorecem os consumidores. Como destacou Tara Mikkilineni, membro da CFA, “comprar um carro deveria ser um meio para as famílias alcançarem sucesso econômico, mas está se tornando um fardo cada vez mais oneroso, empurrando os consumidores para um ciclo de dívida”. Este alerta reforça a urgência de revisar os modelos de financiamento e os preços do setor automotivo, a fim de mitigar os impactos na economia e na vida das famílias.

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