No próximo domingo (21/9), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarca nos Estados Unidos para participar da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). A expectativa é alta, dado o clima de tensão entre Brasil e Estados Unidos, exacerbado pelas recentes condenações do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelas novas tarifas impostas ao Brasil pelos EUA.
Contexto da Viagem
A viagem ocorre em um período delicado nas relações diplomáticas. Além da condenação de Jair Bolsonaro a 27 anos de prisão, que gerou repercussões internacionais, as tensões aumentaram com a ameaça de novas tarifas que podem prejudicar a economia brasileira. Recentemente, o Chanceler brasileiro criticou as restrições de vistos impostas à delegação brasileira, que levaram o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a desistir de participar da viagem, alegando “humilhação”.
Com um discurso agendado para a abertura da assembleia, na terça-feira (23/9), Lula deve aproveitar a oportunidade para reforçar sua posição em prol do livre comércio mundial e criticar as tarifas de Donald Trump. O presidente já expressou que a democracia e a soberania do Brasil não serão negociadas em suas relações com os EUA.
Reuniões e Eventos Paralelos
Além da sua fala na Assembleia, Lula participará de reuniões bilaterais e eventos importantes durante a estadia em Nova York. Um dos eventos destacados é o painel “Em Defesa da Democracia e Contra o Extremismo”, que acontecerá na quarta-feira (24/9). Curiosamente, os EUA não foram convidados para este painel, refletindo um novo desdobramento nas relações entre as duas nações.
A participação de Lula na ONU é vista como uma oportunidade não apenas de criticar as políticas de Trump, mas também de buscar fortalecer a posição do Brasil em relação a diversos temas globais, como as mudanças climáticas e a promoção da paz mundial.
Tensões Recentes
No cenário mais amplo das relações Brasil-EUA, o governo Trump não escondeu sua posição hostil após a condenação de Bolsonaro. O secretário de Estado, Marco Rubio, anunciou que o governo dos EUA planeja responder à situação envolvendo o ex-presidente brasileiro, o que é visto como uma ameaça direta à soberania brasileira.
Em resposta a esta tensão, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil se manifestou, afirmando que tais ameaças “não intimidam a nossa democracia”, enfatizando a disposição do governo Lula em manter um diálogo construtivo, mas sem abrir mão dos pilares da democracia e da soberania nacionais.
Medidas Propostas pelo Governo Lula
Após a imposição das tarifas que impactaram a economia brasileira, o governo Lula introduziu uma medida provisória em apoio às empresas exportadoras afetadas pela situação. Chamado de Plano Brasil Soberano, o programa prevê a criação de linhas de crédito subsidiadas e a ampliação do programa Reintegra, que devolve impostos a pequenas empresas exportadoras.
- Aprovação de linhas de crédito de R$ 30 bilhões para ajudar empresas impactadas.
- Aumento do regime de drawback, que oferece isenção de impostos sobre insumos utilizados para exportação.
- Permissão para que estados utilizem insumos que seriam exportados em programas sociais.
Essas ações visam amortecer os efeitos das tarifas impostas pelos EUA e garantir que as empresas brasileiras possam continuar a competir no mercado internacional, sem comprometer sua sustentabilidade.
Conclusão: O Caminho à Frente
A ida de Lula à ONU representa um importante momento para reafirmar a posição do Brasil no cenário internacional. Resta saber como o presidente irá conduzir as discussões diante da complexidade das relações com o governo de Donald Trump. Enquanto Lula reafirma seu compromisso com a soberania nacional, o uso de sua plataforma na ONU pode se tornar um catalisador para reavaliar as relações Brasil-EUA em um novo espírito de cooperação e respeito mútuo.
À medida que a viagem se aproxima, a expectativa é de que Lula utilize essa oportunidade para não apenas abordar os conflitos atuais, mas também para trabalhar na construção de um futuro mais colaborativo entre os países, em benefício de suas respectivas populações e do comércio internacional.
Essa Assembleia Geral da ONU poderá ser um divisor de águas nas relações entre Brasil e Estados Unidos, refletindo até onde a diplomacia pode ir na busca por soluções pacíficas para disputas comerciais e políticas.
Para mais detalhes sobre a agenda de Lula, você pode acessar as informações disponíveis no site da [Metrópoles](https://www.metropoles.com/brasil/lula-vai-a-assembleia-da-onu-em-1a-viagem-aos-eua-apos-tarifaco-de-trump).