Brasil, 21 de setembro de 2025
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Inadimplência atinge maior nível em uma década, mesmo com alta do emprego

Apesar de indicadores positivos, a inadimplência cresce devido aos juros elevados e à fragilidade financeira das famílias brasileiras

Embora o Brasil registre o menor desemprego desde 2012, com a taxa atingindo 5,6% em julho, e a inflação mostra sinais de alívio, a inadimplência atingiu os maiores níveis em mais de dez anos. Dados apontam que 30,4% das famílias estão com contas ou dívidas em atraso, um aumento preocupante impulsionado pelos juros altos, segundo especialistas.

Juros elevados pressionam o orçamento das famílias

A taxa básica de juros, a Selic, está em 15% ao ano desde junho, mantendo-se nesse patamar “por período bastante prolongado”, conforme o Banco Central. Essa taxa elevada resulta em juros mais caros no consumo a prazo e nos empréstimos, reforçando o endividamento das famílias que já estão bastante sobrecarregadas. Uma consequência direta é a redução do poder de compra e o esfriamento do consumo até o final do ano, analistas alertam.

Maior inadimplência desde 2013, revela BC

Segundo o Banco Central, a proporção de pessoas físicas com dívidas atrasadas é a mais alta desde 2013, chegando a 6,5% da carteira de crédito com recursos livres. A estimativa da Tendências Consultoria é de que essa taxa permaneça estável ou tenha uma leve alta até maio de 2026. Dados da CNC indicam que 78,8% das famílias tinham alguma dívida em agosto, podendo chegar a 80% até dezembro, período típico de compras de Natal.

Impacto nas famílias e mudanças no comportamento de consumo

O elevado endividamento e os juros altos estão levando muitas famílias a restringirem gastos. Como exemplo, Adriana Oliveira, moradora do Rio de Janeiro, precisou colocar o imóvel financiado para alugar e passou a reduzir despesas familiares, cortando passeios, viagens e limitando o uso de cartões de crédito. Ela relata que hoje só usa um cartão para todos, com uma perda significativa na qualidade de vida.

Risco de aumento na inadimplência e dificuldade de pagamento

Dados da Serasa mostram que o Brasil tinha 68,2 milhões de inadimplentes em julho, o maior número desde 2016. Cada consumidor possui, em média, quatro restrições de crédito, somando aproximadamente R$ 6.177 de dívidas. Essa combinação de altas taxas de juros e endividamento elevado contribui para o aumento da inadimplência e o aperto financeiro das famílias.

Inclusão financeira traz novos desafios

A proliferação de contas digitais e fintechs aumentou o acesso ao crédito, incluindo consumidores menos preparados financeiramente. Segundo Alessandra Ribeiro, da Tendências, esse cenário contribui para a elevação das dívidas, especialmente as do cartão de crédito, dificultando a recuperação financeira do consumidor comum.

Recuperação financeira e educação como soluções

Especialistas reforçam a necessidade de maior inclusão e educação financeira para evitar que dívidas excessivas se tornem um ciclo vicioso. O crescimento da inadimplência indica uma preocupação maior com a sustentabilidade do orçamento familiar, que vem sendo afetado pelo aumento do desemprego, inflação em queda e juros altos.

Para enfrentar esse cenário, o Governo e instituições financeiras trabalham com estratégias de inclusão e orientação, buscando diminuir o impacto dessas condições adversas na vida das famílias brasileiras.

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