A guerra civil no Sudão, que se iniciou em abril de 2023, transforma-se em um dos maiores desastres humanitários do século XXI. Com uma população de aproximadamente 50 milhões de habitantes, o conflito já causou o deslocamento de cerca de 12 milhões de pessoas e pelo menos 150 mil fatalidades. As consequências trágicas dessa guerra são visíveis em todo o país, onde ataques a civis e a deterioração dos serviços essenciais se tornaram rotina.
A situação dos direitos humanos no Sudão
Recentemente, um relatório do Centro Africano de Estudos de Justiça e Paz (ACJPS) alertou para a escalada das violações de direitos humanos no Sudão, especialmente na região de Darfur. “Em agosto de 2025, Darfur foi testemunha de uma onda generalizada de diversas formas de violações contra civis”, destaca o documento. Ataques sistemáticos contra a população civil, deslocamentos forçados e outros crimes foram denunciados, revelando a gravidade da situação no país.
Segundo o relatório, “esses ataques causaram deslocamentos em massa; civis tiveram dificuldade de acesso a corredores seguros; enfrentaram também uma catástrofe sanitária, com um colapso quase total na assistência à saúde.” O texto também enfatiza que as violações não se limitam a assassinatos diretos, mas incluem estratégias de fome, terror em massa, deslocamentos forçados e estupros sistemáticos.
A escalada da violência em Al Fashir
Recentemente, as Forças de Apoio Rápido (RSF), um grupo paramilitar que combate o exército regular, intensificaram os ataques em Al Fashir, a capital do Darfur do Norte. Com essa escalada, 260 mil pessoas estão agora sitiadas em condições desesperadoras. As forças de apoio rápido têm utilizado táticas brutais no combate, aumentando ainda mais a tensão na região e a insegurança para os civis que se encontram completamente desprotegidos.
Nos últimos meses, o exército sudanês conseguiu retomar a capital, Cartum, que estava sitiada e dividida em duas facções, culminando em uma situação alarmante para a população local. Em um dos incidentes mais trágicos, em abril de 2025, mais de 1.500 pessoas foram mortas em um ataque ao campo de refugiados de Zamzam, um dos massacres mais terríveis desde o início do conflito, resultando na fuga de mais de 500 mil pessoas para Al Fashir. Essa cidade, que já enfrenta sérios desafios de abastecimento, agora precisa lidar com um influxo massivo de refugiados.
A comunidade internacional e as possíveis soluções
A gravação da situação no Sudão exige não apenas a atenção da mídia, mas também uma ação firme da comunidade internacional. Organizações de direitos humanos e agências humanitárias pedem uma intervenção eficaz para evitar um aprofundamento da crise humanitária. Com guerras civis como essa, é indispensável que as nações unam esforços para pressionar por um cessar-fogo imediato e apoiem inicias humanitárias no país.
Para que a população do Sudão possa ter esperança de um futuro melhor, é preciso garantir acesso a assistência humanitária e proteção aos civis, além de promover um diálogo entre as partes em conflito. A violação sistemática dos direitos humanos deve ser confrontada, e os responsáveis por esses crimes devem ser trazidos à justiça. Afinal, a vida e a dignidade da população sudanesa estão em jogo.
A situação no Sudão é um lembrete sombrio dos desafios enfrentados por muitos países em conflito ao redor do mundo. A responsabilidade de proteger a humanidade, a dignidade e os direitos essenciais de todos os cidadãos se estende a todos nós, e somente a ação conjunta poderá trazer alívio àqueles que sofrem em decorrência da guerra.
*Com informações da Agência Fides