Brasil, 21 de setembro de 2025
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Proposta de Marjorie Taylor Greene por divorcio nacional causa alarme nos EUA

Líder republicana sugere separação dos Estados após morte de Charlie Kirk, provocando debates sobre violência política e riscos históricos

Na última segunda-feira, a deputada americana Marjorie Taylor Greene levantou novamente a possibilidade de um “divórcio nacional” nos Estados Unidos, após a morte de Charlie Kirk — ativista e aliado de sua legenda. A proposta, que remete a uma separação entre estados “verdes” e “azuis”, gerou forte reação de especialistas e da sociedade, que alertam para os riscos de uma ruptura violenta.

Greene e o discurso de separação

Por meio de uma postagem na rede social X (antigo Twitter), Greene culpou a oposição liberal pela morte de Kirk, alegando que “milhões” de pessoas do lado esquerdo se celebraram com o incidente. Ela afirmou ainda que “não há nada mais a discutir com a esquerda” e que um cenário de divórcio nacional seria necessário diante do que chama de “ódio” dos democratas.

“Depois que os democratas arruinaram estados como Califórnia, é prudente impedir que façam o mesmo com Flórida”, declarou Greene. Ela tem defendido a ideia de separar o país anteriormente, inclusive sugerindo uma “período de resfriamento” para novos habitantes de estados democratas antes de votar, em 2021.

Analistas e o perigo de uma separação

Histórico e riscos

Especialistas destacam que tais propostas são altamente perigosas e irreais. Ryan Griffiths, professor da Universidade de Syracuse, alertou que “tentativas de dividir o país geralmente resultaram em violência, como na Guerra Civil de 1860”. Ele lembra que a história mostra que a ideia de divisões irreconciliáveis ignora o fato de que os americanos estão profundamente entrelaçados geograficamente e ideologicamente.

“Qualquer tentativa de separação desencadearia ciclos de violência, deslocamento e anarquia”, afirmou Griffiths, reforçando que o clima atual não favorece uma divisão pacífica.

Impacto na sociedade e o discurso extremista

Para Alvin B. Tillery Jr., professor da Northwestern University, as afirmações de Greene representam uma extensão do discurso de “Neo-secessão” presente em círculos partidários do sul, carregado de uma retórica que remete à confederação do século XIX. Ele considera o papo de “divórcio nacional” alarmante, especialmente num momento em que figuras públicas, incluindo professores de universidades, vêm recebendo ameaças de morte.

“Tipo de discurso que Greene promove reforça divisões e ameaça a segurança de muitos cidadãos”, afirmou Tillery, acrescentando que essa linguagem alimenta o clima de intolerância.

Reflexões sobre unidade e violência política

Segundo especialistas, a solução para a polarização extrema não é a separação, mas a busca por pontos comuns de entendimento. Griffiths destacou que o cenário dos EUA não reúne as condições para uma divisão “limpa”, e qualquer tentativa nesse sentido poderia desencadear uma onda de conflitos e ilegalidades.

Greene, que já defendeu ideias similares anteriormente, voltou a criticar a “cultura woke” e as “políticas traiçoeiras” do democratas, demonstrando que a discussão sobre secessão ainda é pauta no espectro político mais radical do país.

Perspectivas futuras

Especialistas reafirmam que o foco deve estar na rejeição ao extremismo, na denúncia da violência e na busca por unidade. Como ressaltou Tillery, “a liderança dos Estados Unidos precisa rejeitar discursos de ódio e trabalhar pela reconciliação, antes que o chamado para o divórcio se torne uma ameaça concreta à democracia”.

Autoridades e estudiosos continuam atentos ao potencial de tais discursos inflamados influenciarem o cenário político e social, reforçando a necessidade de diálogo e cooperação em tempos de polarização extrema.

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