Brasil, 21 de setembro de 2025
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Aumento nos preços de carros pode desencadear nova recessão nos EUA

A alta nos preços de carros e seguros está levando americanos à beira da falência, levantando preocupações sobre uma possível recessão.

A crescente pressão financeira sobre os consumidores americanos devido ao aumento dos preços de carros e seguros está provocando alertas sobre a possibilidade de uma nova recessão econômica. Atualmente, os motoristas estão sobrecarregados com uma dívida de US$ 1,66 trilhões em empréstimos de carros, um montante que supera até mesmo a dívida federal de estudantes e cartões de crédito. Este valor é 20% maior do que em 2020, em meio a anos de inflação alta que têm esgotado os orçamentos das famílias, deixando menos dinheiro disponível para despesas do dia a dia.

Aumento nas dívidas e suas consequências

Esse aperto nas finanças já se reflete no aumento das inadimplências nos pagamentos de carros. A Consumer Federation of America alertou que o número de inadimplências, defaults e repossessões subiu nos últimos anos, apresentando um padrão alarmante que é similar ao que ocorreu antes da Grande Recessão de 2008.

Naquela época, os bancos aprovavam empréstimos de carros e casas para famílias que mal podiam arcar com os pagamentos mensais. Quando as taxas de juros aumentaram, muitas famílias tornaram-se incapazes de cumprir suas obrigações, resultando na perda de milhões de residências e no colapso de grandes instituições financeiras como Lehman Brothers e AIG.

Recessão de 2008

A recessão de 2008 forçou milhares de famílias a deixar suas casas e fez grandes empresas entrarem em colapso.

Preços recordes e suas consequências

Os níveis crescentes de dívidas e os custos elevadíssimos associados a carros novos, usados e seguros estão gerando preocupações sobre a saúde financeira das famílias americanas. Atualmente, o preço médio de um carro novo é de US$ 49.856, o que gera pagamentos mensais de até US$ 745, com quase um em cada cinco motoristas pagando mais de US$ 1.000 por mês. A média do preço dos carros usados tem aumentado para US$ 25.393, enquanto os prêmios de seguros estão em cerca de US$ 194 por mês.

Esses altos custos levaram 1,6 milhões de motoristas a terem seus veículos apreendidos no ano passado, a maior taxa desde a Grande Recessão.

A percepção de um sistema em crise

Erin Witte, diretora de proteção ao consumidor da CFA, descreveu a situação atual como uma “panela de pressão econômica” para as famílias. A tendência preocupante é vista como um “canário na mina de carvão” para a economia em geral.

“Empréstimos de carros caros estão rapidamente comprometendo a capacidade das famílias de evitar resultados desastrosos, como a inadimplência e a apreensão de veículos”, disse Witte.

Panela de pressão econômica

A análise de especialistas indica que muitas famílias estão em uma ‘panela de pressão econômica’.

Causas da alta de preços e seu impacto no futuro

Desde a pandemia, as montadoras foram forçadas a aumentar os preços para acompanhar a demanda. Entre 2020 e 2023, a escassez de chips de computador, fundamentais na fabricação de veículos, resultou em um inventário reduzido e, consequentemente, preços elevados. Este aumento de preços sobrecarregou ainda mais as finanças dos consumidores, já que muitos estavam recebendo cheques de estímulo do governo federal e buscando alternativas para economizar.

Além disso, a introdução de novas tecnologias de segurança nos veículos, que aumentam os custos de reparo e, consequentemente, os prêmios de seguros, complicaram ainda mais a situação econômica. Em um cenário onde as tarifas impostas pelo governo federal não trariam alívio, especialistas indicam que o futuro não é promissor para os compradores endividados.

Tara Mikkilineni, uma das especialistas da CFA, conclui que “adquirir um carro deveria ser uma forma de as famílias alcançarem o sucesso econômico, mas está se tornando um fardo cada vez mais inadiável que empurra os consumidores para um ciclo de endividamento.

Com toda essa pressão financeira, o alerta para uma nova recessão se intensifica, e os efeitos desse cenário podem ser sentidos em todos os setores da economia.

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