No depoimento realizado nesta quarta-feira (22) perante a Comissão Judiciária da Câmara dos Deputados, o diretor do FBI, Kash Patel, tentou evitar uma resposta direta a uma questão sobre a conexão do presidente Donald Trump com os arquivos de Jeffrey Epstein.
Resposta evasiva a questionamento sobre o nome de Trump nos arquivos Epstein
Questionado pelo deputado democrata Eric Swalwell se ele tinha informado Trump que seu nome aparecia nos documentos relacionados a Epstein, Patel negou inicialmente. Swalwell então perguntou se o advogado-geral havia sido informado dessa informação, ao que Patel respondeu que tinha discutido “o conteúdo completo dos arquivos” com o procurador-geral.
Percebendo a evasiva, Swalwell insistiu: “Você já disse ao presidente que seu nome está nos arquivos Epstein? Sim ou não?”
Recusa e tática infantil
Para escapar da questão, Patel brincou: “Use o alfabeto!”, e começou a recitar as letras de A a F, numa tentativa de ridicularizar a pergunta. Swalwell repetiu o questionamento várias vezes — ao todo, proferiu a mesma pergunta dez vezes —, até que Patel concluiu que “a pergunta foi feita e respondida”, o que gerou irritação no congressista.
“Por que você não tenta soletrar de verdade se vai zombar?”, retrucou Swalwell. “Sim ou não!”, insistiu o deputado.
Patel respondeu de forma sarcástica, sugerindo que Swalwell se concentrasse nos crimes do estado da Califórnia, o que agravou ainda mais a tensão na audiência.
Contexto e críticas à postura de Kash Patel
A postura de Patel chamou atenção não apenas pelo conteúdo, mas também pelo modo infantil e evasivo de responder às perguntas. Essa estratégia frustrou deputados de ambos os lados do espectro político, que acreditam que esse tipo de comportamento prejudica a transparência e a confiança na investigação.
O episódio ocorreu poucos dias após Patel ser questionado por senadores sobre a condução das investigações relacionadas ao suposto envolvimento de Charlie Kirk, líder conservador americano, numa controvérsia que também resultou em troca de palavras acaloradas, inclusive com senadores do Partido Democrata.
Repercussões e possíveis implicações
Especialistas comentam que a recusa de Patel em responder aspectos relevantes sobre o envolvimento do presidente Trump nos arquivos Epstein reforça a suspeita de que há informações sensíveis sendo deliberadamente ocultadas. “Essa evasão pode ser interpretada como um reconhecimento de que há algo a esconder”, avalia analista político, que prefere não se identificar.
O episódio ressalta ainda a crescente polarização na política americana, onde atitudes infantis e provocações ganham espaço em momentos decisivos para o cenário de transparência e investigação oficial.
Perspectivas futuras
Apesar da controvérsia, espera-se que o Congresso continue buscando esclarecimentos, pressionando por respostas mais concretas e transparência sobre a presença do nome de Trump nos arquivos Epstein, que permanecem sob sigilo parcialmente mantido pelas autoridades federais.