A ex-zagueira e capitã da seleção brasileira, Aline Pellegrino, recentemente aceitou o importante desafio de desenvolver o futebol feminino em todo o Brasil ao receber um convite da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Mais de uma década após sua aposentadoria, e com cinco anos de experiência à frente das competições nacionais, Aline compartilhou em entrevista ao “Toca e Passa”, um videodcast do GLOBO, as mudanças significativas que a modalidade passou, os obstáculos enfrentados e o legado que a Copa do Mundo de 2027 trará para o país. Para Aline, é um momento crucial para mostrar a força e as conquistas do futebol feminino no Brasil.
A evolução do futebol feminino no Brasil
Em sua trajetória, Aline vivenciou a transição do futebol feminino no Brasil. Segundo ela, a evolução é clara: “Em 2013, no meu último jogo, ainda não existia o Campeonato Brasileiro como o conhecemos hoje” disse. Hoje, existem competições estruturadas que não apenas ajudam a massificar o futebol feminino, mas também oferecem uma base sólida para novas atletas. A realização da Copa do Mundo de 2027 em nosso país é a prova de que o futebol feminino está em crescimento, abrindo portas para o futuro.
A transição para a gestão e o novo desafio
Aline acredita que “era mais fácil jogar do que fazer a gestão do futebol”. A experiência na gestão é, sem dúvida, desafiadora e envolve muitos aspectos que vão além do campo. Ao explicar sua transição para a gestão, Aline afirmou que não imaginava que acabaria nesse caminho, mas que as oportunidades foram aparecendo naturalmente. Ela chegou à Federação Paulista em 2016 e, posteriormente, à CBF em 2020, assumindo uma responsabilidade ainda maior por todo o país.
O desafio de massificar o futebol feminino
O desenvolvimento de programas e torneios, como a Série A3, foi uma das iniciativas que Aline implementou desde que entrou na CBF. “Hoje temos o Brasileiro em suas três divisões e a Copa do Brasil retornou com a participação de clubes de todas as divisões” destacou. Para ela, estas competições são fundamentais para garantir que o futebol feminino não apenas exista, mas também prospere.
Desafios enfrentados pelas jovens atletas
Aline também apontou que, apesar de as dificuldades serem menores hoje em comparação à sua época, ainda existem desafios. “Quando saímos dos grandes centros, as dificuldades aumentam”, compartilhou. No entanto, a oferta de competições e a presença de ligas de desenvolvimento deram mais oportunidades às jovens. Atletas como Tarciane, que começou em um projeto social, têm mostrado que é possível chegar longe a partir de uma base sólida.
A Copa do Mundo de 2027 e seu legado
Para Aline, o legado da Copa do Mundo feminina de 2027 vai muito além do futebol. “Temos que pensar na figura da mulher na sociedade”, afirmou. Aline enfatiza que esse evento não será apenas sobre futebol, mas sobre dar visibilidade e reconhecimento a diversas questões que envolvem as mulheres no Brasil. A expectativa é de uma transformação significativa, tornando o futebol feminino ainda mais relevante e inspirador.
O papel da gestão e as oportunidades comerciais
Pellegrino também comentou sobre o papel da gestão e o interesse comercial no futebol feminino. “Estamos um pouquinho à frente, não estamos tão alinhados”, disse, referindo-se à necessidade de maior investimento e patrocínio. Ela acredita que o foco em grandes finais e competição intensa vai gerar interesse e tração no mercado. Para que isso aconteça, é essencial que os clubes e federações colaborem em iniciativas que fomentem o crescimento do esporte.
Expectativas para o futuro
Em relação aos desafios estruturais que os clubes enfrentarão, Aline mencionou que haverá um aumento no número de jogos e na demanda por melhores condições. “Estamos discutindo mecanismos de licenciamento e precisamos garantir que a qualidade do futebol se mantenha alta”, destacou. O equilíbrio entre a quantidade de jogos e a recuperação das atletas também será crucial.
Por fim, Aline Pellegrino, com sua paixão e compromisso, promete que o futebol feminino no Brasil continuará a evoluir, trazendo cada vez mais jovens talentosas para o cenário esportivo. “É hora de mostrar quem somos, o que fazemos e aonde podemos e queremos chegar”, ressaltou, olhando com esperança e determinação para o futuro do futebol feminino. Com a Copa do Mundo de 2027 se aproximando, o Brasil está prestes a viver uma nova era no esporte, uma onde o futebol feminino estará em destaque e recebendo a atenção que merece.