Neste domingo, a reflexão nos leva a pensar sobre como nosso relacionamento com Deus pode crescer em maturidade e intensidade, considerando também como nossas interações com os outros influenciam essa relação. A espiritualidade nos ensina que um bom relacionamento com o próximo é essencial para que possamos estabelecer um contato verdadeiro com o Senhor.
A conexão entre oração e relacionamentos
Estar em sintonia com Deus exige, antes de mais nada, estar em harmonia com o irmão. A mensagem é clara: amor ao próximo é fundamental. O egoísmo e o egocentrismo não têm espaço no verdadeiro relacionamento com o Senhor. Quando os discípulos pediram a Jesus que os ensinasse a rezar, Ele deixou como modelo uma das mais conhecidas orações: o Pai-Nosso. Por meio dessa oração, percebemos que a interação com os outros é uma das chaves para falar de maneira autêntica com “o Outro”.
A crítica da Profecia de Amós
Na leitura da Profecia de Amós, vemos uma crítica contundente àqueles que exploram e maltratam o próximo. Amós nos alerta sobre a gravidade de se ver o próximo como uma oportunidade de tirar vantagem em situações adversas. Essa visão mesquinha e oportunista deve ser condenada e afastada de nosso comportamento, pois ela está em contrariedade com os ensinamentos de Jesus.
O exemplo do administrador corrupto
No Evangelho, encontramos a história de um administrador corrupto que, ao ser alertado sobre o momento de prestar contas, age com astúcia. Ele não busca desculpas para justificar suas falhas, mas sim maneiras de agir em benefício dos devedores. Essa atitude revela uma certa inteligência na gestão dos bens materiais, que, ao serem utilizados de forma sábia, geram amizades e gratidão.
Apesar da sua corrupção, o administrador é elogiado por Jesus por ter demonstrado uma compreensão clara sobre a importância de saber lidar com os bens terrenos. O ensinamento aqui vai além do simples ato de administrar; trata-se de fazer o melhor uso dos recursos que nos foram confiados, em benefício dos que mais necessitam.
Nós como administradores de bens divinos
É preciso refletir: todos nós somos como esse mau administrador. Frequentemente, não somos fiéis às promessas que fizemos, especialmente no que se refere ao amor a Deus e ao próximo. A consciência de que, em algum momento, nos encontraremos diante do Senhor para prestar contas de nossas ações é um chamado à responsabilidade. O que temos e recebemos em vida não é apenas para nosso usufruto, mas para ser compartilhado e utilizado em favor do carente.
Transformando o material em espiritual
Quando usamos nossos bens materiais para ajudar os necessitados, estamos não só transformando o que é físico em algo espiritual, mas também cultivando um ciclo de gratidão. Aqueles que ajudamos se tornam intercessores junto a Deus por nós. Assim, quando fazemos o bem ao menor de nossos irmãos, estabelecemos uma rede de amor e apoio que ecoa no céu.
Jesus, o Filho de Deus e nosso irmão, é quem roga por nós, pedindo ao Pai que nos perdoe. A conexão entre a bondade humana e a misericórdia divina é conclusiva: quanto mais formos humildes e generosos em nossas relações, mais fortaleceremos nosso vínculo com Deus.
Por isso, é fundamental refletir: como estamos vivendo essas relações? Estamos sendo administradores fiéis dos dons de Deus? A oração deve ser uma expressão de amor que se reflete em nossas ações. Enfrentar o desafio de amar o próximo é também uma forma de crescer em nossa vida de oração, colhendo frutos que nos aproximam do Ser Divino.
Em nossas práticas de fé, que possamos sempre lembrar da profunda interligação entre o amor a Deus e o amor ao próximo, tornando nossas orações um verdadeiro ato de comunhão e transformação.