Em Scottsdale, Arizona, a vida de um morador e seu cão se tornou um tema polêmico devido a uma medida extrema de uma Associação de Proprietários (HOA). A jovem Jaclyn Taylor, de 30 anos, viralizou nas redes sociais após compartilhar sua experiência, na qual a HOA exigiu que todos os donos de cães realizassem testes de DNA em seus animais para combater o problema das fezes não recolhidas.
A saga de Jaclyn Taylor e seu cachorro Remi
Jaclyn contou sua história por meio do TikTok, onde expôs a pressão que enfrentou ao se recusar a participar da controvérsia. Ela afirmou que, ao não usar o adesivo verde que indicava que seu cachorro Remi havia sido submetido ao teste de DNA, começou a receber multas diárias e outras formas de constrangimento público.
O problema começou quando um funcionário da HOA a flagrou com Remi, que não estava com a tag verde. “Eu disse a eles que não planejava fazer o teste de DNA, simplesmente não queria. Mas eles continuaram enviando avisos e me multando todos os dias”, relatou Jaclyn, que é coach de marca pessoal. “Eles estavam dispostos a me multar em $250 por dia. Eu aguentei por talvez 48 horas, até que eles me enviaram dois e-mails de aviso um atrás do outro dizendo que era meu último aviso.”
Eventualmente, a pressão se tornou insustentável, e Jaclyn decidiu ceder. “Eles me obrigaram a ir ao escritório com meu cachorro, para que pudessem ver fisicamente Remi sendo testado. Tive que fazer um swab na boca dela e desembolsar $150 pelo teste de DNA”, contou.
Pressão da comunidade e a questão das fezes de cachorro
Antes de realizar o teste, Jaclyn expressou seu desconforto: “Outros vizinhos realmente me reportam se me veem andando com meu cachorro sem a tag verde. Eu me senti a única опosição a isso.” Segundo ela, nunca havia visto fezes deixadas na área comum onde mora. “Na verdade, minha cachorra nem usa as áreas verdes. Ela fica dentro de casa e usamos tapetes higiênicos na varanda”, explicou.
Jaclyn não sente que o problema realmente existe. “A ideia de alguém coletar fezes de cachorro, enviá-las para teste de DNA e tentar relacioná-las a um cachorro específico é exagerada e, considerando que a maioria dos moradores aqui é de uma faixa etária mais elevada, isso parece ainda mais absurdo”, afirmou.
A pressão que Jaclyn sente também é agravada por sua idade: “Sou a moradora mais jovem do complexo — tenho 30 anos — e sinto que eles definitivamente me tratam de forma diferente por causa disso. No início, acho que eles estavam tentando me pressionar a me mudar.” Ela também mencionou que o líder do comitê da HOA costumava andar perto das janelas de sua casa, observando-a. “Tive que enviar um e-mail pedindo para pararem — foi bem assustador”, completou.
As complexidades das HOAs nos EUA
Jaclyn, assim como muitos outros moradores nos Estados Unidos, vive sob as regras estritas de uma HOA. Atualmente, existem cerca de 365.000 associações de proprietários no país, que abrigam aproximadamente 30% da população. Os residentes pagam taxas mensais, frequentemente elevadas, para essas associações, que estão aumentando a uma taxa alarmante em algumas áreas.
Além das regras sobre fezes de cachorro, muitos moradores são multados por infrações consideradas triviais, como pintura, paisagismo inadequado e deixar lixeiras fora por muito tempo, com alguns até ameaçados de execução hipotecária. Diante disso, alguns legisladores estão se mobilizando para abolir as HOAs em suas comunidades.
Jaclyn Taylor não é apenas uma voz isolada nessa questão; ela representa uma crescente insatisfação com a forma como as associações de moradores funcionam. Sua luta e a situação inusitada envolvendo o teste de DNA de cães levantam questões sérias sobre a privacidade e a liberdade dos proprietários que vivem sob o regime de uma HOA.