No momento em que diversas personalidades e organizações esportivas se rendem ao dinheiro saudita, o Barstool Sports se destacou por recusar uma proposta significativa. Contudo, a decisão não foi motivada por uma posição ética, mas sim pela falta de concordância sobre o valor a ser pago.
O polêmico “sports washing”
Durante uma transmissão do programa The Yak, Dan “Big Cat” Katz comentou que a Arábia Saudita está fazendo um “trabalho incrível” em sua estratégia de “sports washing”. Essa expressão se refere ao uso de eventos e patrocínios esportivos para melhorar a imagem de um país ou organização que tem um histórico de violações de direitos humanos. Os esforços sauditas incluem a criação do LIV Golf, parcerias com a WWE, e o financiamento do evento de boxe da TKO, além de um evento de flag football com Tom Brady. “Eles estão lavando a imagem de forma intensa”, afirmou Katz, trazendo à tona o debate sobre a influência do financiamento saudita no esporte.
Negociações fracassadas com Barstool Sports
A proposta em questão queria que Katz e Dave Portnoy comparecessem a uma luta de boxe, mas as negociações não avançaram. Katz comentou: “Por sinal, não estou julgando isso, porque eu e o Dave fomos oferecidos uma vez e eles simplesmente não atingiram o nosso preço, mas estávamos dispostos a ir”. A oferta inicial era de R$ 50 milhões (US$ 10 milhões), enquanto o valor que eles desejavam era de R$ 75 milhões (US$ 15 milhões). “Era uma viagem muito longa. Então, pedimos esse valor, mas eles disseram que podiam pagar apenas R$ 50 milhões, e nós dissemos não”, contou, ressaltando a natureza da recusa.
Implicações financeiras e a curiosidade do público
Katz acrescentou que uma parte significativa da quantia seria destinada à empresa Barstool como um todo, e não apenas a ele e Portnoy. A recusa a uma oferta de oito dígitos, especialmente considerando que sua participação se limitava à presença no evento, surpreendeu muitos observadores do cenário esportivo. À medida que a Arábia Saudita continua a se estabelecer no cenário esportivo americano, é bastante provável que a proposta inicial ao Barstool Sports não seja a última. Katz demonstrou interesse em futuras negociações, até mesmo afirmando que estaria disposto a apresentar um episódio especial do Pardon My Take por US$ 100 milhões.
O futuro do “sports washing” no esporte
A trajetória da Arábia Saudita no esporte levanta questões críticas sobre ética e responsabilidade. A estratégia de “sports washing” pode potencialmente reconfigurar a dinâmica de várias ligas e eventos esportivos. A recusa do Barstool Sports em aceitar um patrocínio não é um sinal de resistência ao financiamento saudita, mas uma oportunidade de analisar até que ponto as cifras exorbitantes podem influenciar decisões na indústria do entretenimento e do esporte.
Este episódio destaca o dilema que muitos veículos de comunicação e personalidades enfrentam ao ponderar o valor financeiro contra a imagem e a ética. Com o avanço da Arábia Saudita em suas iniciativas esportivas, haverá uma necessidade crescente de diálogo sobre a legitimidade e o impacto cultural das alianças formadas no mundo dos esportes.
O que fica claro é que o Barstool Sports, apesar de sua recusa, poderá sentir os efeitos das ações sauditas em sua audiência e nas parcerias futuras. Resta saber como a indústria irá responder a essa tendência crescente em meio à discussão sobre ética, imagem e o verdadeiro custo do “sports washing”.
