Na última quinta-feira, o ministro do Turismo, Celso Sabino (União-PA), e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mantiveram uma conversa telefônica crucial em virtude da recente decisão do União Brasil de se desvincular do governo. O partido deu um ultimato de 24 horas para que seus filiados deixassem os cargos a que ocupam. Esta conversa pode ser apenas o início de uma transição importante, uma vez que está prevista uma reunião entre Sabino e Lula no Palácio da Alvorada nesta sexta-feira, onde deverá ser selada a saída oficial do ministro do governo.
Pressões internas e o desejo de permanência
Fontes ligadas ao Palácio do Planalto indicam que, apesar da pressão do partido, Celso Sabino ainda não oficializou sua demissão durante o telefonema com o presidente. Segundo informações, o ministro deseja permanecer no cargo, especialmente considerando os preparativos para a COP 30, que será realizada em Belém em novembro. Sabino tem trabalhado ativamente para garantir que o evento ocorra sem contratempos, o que ressalta seu compromisso com as funções que desempenha no ministério.
O futuro político de Sabino
No início de setembro, o ministro havia expressado seu desejo de continuar no governo, buscando alternativas dentro do União Brasil para evitar sua saída. Uma das possibilidades aventadas com Lula foi que Sabino se licenciasse do partido, o que poderia facilitar sua permanência na equipe ministerial. A ligação do ministro ao governo é, de certa forma, simbólica, pois representa um equilíbrio diante das complexas dinâmicas políticas que envolve a atual gestão.
Adicionalmente, a intenção de Celso Sabino em permanecer no governo está interligada com suas pretensões eleitorais para 2026. Atualmente deputado federal pelo Pará, Sabino está interessado em concorrer a uma vaga no Senado na chapa com o governador Helder Barbalho (MDB). Informações extraoficiais apontam que Lula deu sinais positivos ao ministro, indicando que o apoiaria em sua candidatura, uma vez que em 2022 o presidente levou 54% dos votos no estado do Pará.
A influência do União Brasil no governo
Apesar do anúncio de desembarque do governo por parte do União Brasil, a sigla ainda mantém três ministérios. É importante observar que Celso Sabino foi indicado pela bancada da Câmara, enquanto os ministros Waldez Góes (Integração Nacional) e Frederico Siqueira Filho (Comunicações) são apadrinhados do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e, portanto, não devem ser afetados pela movimentação interna do partido.
O cenário político atual sugere que, mesmo em meio a mudanças e pressões, Sabino busca reforçar sua posição e garantir que seus interesses pessoais e políticos sejam alinhados com os desdobramentos do governo. As próximas horas e a reunião no Palácio da Alvorada poderão definir não apenas o futuro de seu ministério, mas também impactar suas aspirações políticas futuras no Pará.
Em um contexto de incertezas, a relevância da estabilidade política só tende a crescer, principalmente na aproximação de eleições futuras. A movimentação de membros do governo, como o caso de Celso Sabino, refletirá as tensões e oportunidades que cercam a política brasileira nos próximos meses.