No dia 18 de setembro, a ex-deputada federal Flordelis, de 65 anos, foi internada no Hospital Penitenciário Doutor Hamilton Agostinho, localizado no Complexo Penitenciário de Bangu, Zona Oeste do Rio de Janeiro. A situação gerou preocupação e questionamentos sobre a saúde da pastora, que atualmente cumpre uma pena de 50 anos, sendo considerada mandante do assassinato do marido, pastor Anderson do Carmo, em 2019.
Condições de saúde e tratamento recebido
Durante a internação, enquanto a defesa de Flordelis alegou que ela apresentava indícios de um possível Acidente Vascular Cerebral (AVC), a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) informou que a ex-parlamentar se queixava de mal-estar e dores na região lombar. A Seap relatou que Flordelis começou a sentir dores súbitas que se intensificaram, levando os agentes penitenciários a encaminhá-la para a unidade de saúde.
A advogada de Flordelis, Janira Rocha, destacou que os sintomas da pastora iam além das dores nas costas, mencionando a confusão na fala e desorientação que a ex-deputada apresentava desde a semana anterior. Segundo a defesa, Flordelis chegou a desmaiar, sentir vômitos, falar de maneira enrolada e apresentar travamento da língua — sintomas que, segundo a advogada, poderiam indicar um comprometimento neurológico.
Pedido de transferência
Após receber atendimento médico e ser estabilizada, Flordelis foi liberada e retornou à cela, mas sem acompanhamento médico contínuo. A defesa já anunciou que entrará com um pedido formal na Vara de Execuções Penais (VEP) para que a ex-deputada seja transferida para um hospital de médio ou grande porte, fora do sistema prisional, alegando que a unidade onde ela está não possui a estrutura necessária para tratar adequadamente a saúde dela. A lawyer também reforçou que, por não ter plano de saúde, a transferência deveria ocorrer para uma unidade pública.
Janira Rocha declarou: “A própria direção da unidade já reconheceu que não tem estrutura para cuidar da saúde dela. A Flor precisa ser tratada em uma unidade de médio ou grande porte.” A crítica às condições de saúde da ex-parlamentar é apoiada por um posicionamento da defesa, que afirma ser essencial a realização de um acompanhamento mais eficaz para garantir o bem-estar de Flordelis.
Saúde mental e medicamentos
Além dos problemas de saúde recentes, a defesa de Flordelis também apontou que a ex-deputada faz uso diário de medicamentos controlados para tratar condições como ansiedade, depressão, convulsões e oscilações de humor. Este histórico de tratamento médico complica ainda mais a situação, pois a pressão emocional e o estresse da vida na prisão podem agravar sua condição geral.
A Seap, por sua vez, publicou uma nota afirmando que Flordelis foi atendida e está estável, contrapunha ao relato da defesa, que contesta a versão oficial e demanda a urgência da transferência.
Contexto e repercussão
Flordelis foi condenada em 2021 pela responsabilidade no assassinato de seu então marido, o que abalou o cenário político e religioso no Brasil. Desde então, sua situação tem gerado muita atenção da mídia e da opinião pública, principalmente em relação às condições de saúde e tratamento que recebe na prisão. O caso levanta questões sobre a justiça e os direitos humanos de indivíduos encarcerados, especialmente aqueles com problemas de saúde pré-existentes.
A situação continua a ser acompanhada de perto, e novos desdobramentos são esperados, tanto no que diz respeito à saúde de Flordelis quanto ao pedido de transferência que será protocolado pela defesa. Resta aos envolvidos esperarem por uma resposta das autoridades competentes sobre a próxima etapa do processo.