Brasil, 19 de setembro de 2025
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Atletas russos e bielorrussos poderão competir nos Jogos Olímpicos de 2026

COI autoriza participantes de Rússia e Bielorrússia em Milão-Cortina com condições rigorosas, reacendendo debate sobre neutralidade.

Nesta sexta-feira, o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou que atletas russos e bielorrussos poderão participar dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2026, que ocorrerão em Milão-Cortina. A competição deverá ocorrer sob a bandeira neutra e com condições rigorosas, semelhante ao que já foi estabelecido para os Jogos Olímpicos de Paris em 2024. Essa decisão valida a necessidade de acolher atletas, independentemente de suas nações, desde que cumpram determinadas exigências.

Condições para a participação

A nova presidente do COI, Kirsty Coventry, anunciou que “o Conselho Executivo adotará exatamente a mesma abordagem” que foi adotada para os Jogos de Paris. Isso significa que os atletas poderão competir individualmente, sob a bandeira neutra, desde que não tenham vínculos com forças armadas e não tenham manifestado apoio à invasão da Ucrânia. Estas regras são parte das medidas implementadas para assegurar que o esporte permaneça uma esfera de neutralidade e paz, mesmo em tempos de conflitos internacionais.

Controvérsias sobre a participação russa

A decisão do COI, no entanto, reavivou debates sobre o tratamento desigual de atletas de diferentes países em situações semelhantes. O tratamento da Rússia e da Bielorrússia contrasta com a situação de Israel, que apesar das pressões internacionais, continua a participar normalmente das competições. O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, propôs a expulsão de Israel das competições devido a acusações de genocídio na Palestina, provocando ainda mais discussões sobre os padrões e critérios para a participação de atletas em competições internacionais.

O COI defende que Israel “respeita a Carta Olímpica”, comparando a situação do país à da Rússia, que, em 2023, foi suspensa da organização após modificações que afetaram suas fronteiras esportivas devido à anexação de regiões ucranianas. Segundo o COI, o Comitê Olímpico Israelense nunca fez reivindicações sobre a Palestina, diferentemente do Comitê Russo vis-à-vis às fronteiras contestadas, o que embasa a diferenciação nas decisões.

O papel da Carta Olímpica

A Carta Olímpica, que rege o COI e seus Comitês Olímpicos Nacionais (CONs), estabelece diretrizes que devem ser seguidas para garantir a integridade e a neutralidade do esporte. O Artigo 28 afirma que a jurisdição de cada CON deve coincidir com as fronteiras reconhecidas do país onde está sediado. A violação dessa norma pelos Comitês Russo e Bielorrusso explica a posição do COI em barrar seus atletas.

Desde a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, o COI tem aconselhado federações internacionais a não convidarem atletas russos e bielorrussos para competições. Quando participaram, foi sob bandeira neutra, sem hinos ou símbolos nacionais. Esse conjunto de regras foi uma tentativa de afirmar a neutralidade política no esporte e garantir que competições olímpicas sejam um espaço livre de conflitos.

Implicações futuras da decisão do COI

A postura do COI em relação à participação dos atletas pode ter consequências significativas para o futuro do esporte internacional. Para muitos, a aceitação de atletas russos e bielorrussos reafirma a política de neutralidade do movimento olímpico, enquanto outros veem isso como uma capitulação diante de tensões geopolíticas em curso.

Os dirigentes do COI expressaram preocupação com um possível precedente que a expulsão de Israel poderia criar. A entidade argumenta que os Jogos Olímpicos devem ser um “refúgio de paz”, onde países em conflito possam coexistir, reforçando a visão de que a neutralidade é crucial para a sobrevivência do movimento olímpico. A nova abordagem de Kirsty Coventry visa garantir que o espírito olímpico de união e amizade entre nações seja mantido, independentemente das circunstâncias externas.

À medida que os Jogos de Milão-Cortina se aproximam, a comunidade esportiva global continuará a discutir e avaliar o impacto dessas decisões no mundo do esporte e nas relações internacionais.

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