Estrelada por Grace Van Patten, a minissérie “The Twisted Tale of Amanda Knox”, lançada na Hulu, busca redimir a imagem da estudante americana acusada de assassinato na Itália em 2007.
A trajetória judicial e a narrativa midiática de Knox
Em 2007, Amanda Knox, então com 20 anos, foi acusada de assassinar sua colega de quarto, Meredith Kercher, enquanto estudava em Perugia. Os julgamentos se noticiaram mundialmente, com veiculação de uma narrativa sensacionalista que a retratava como uma jovem promíscua e sem emoções, sendo alvo de slut-shaming na mídia, incluindo o apelido “Foxy Knoxy”.
Apesar de evidências que ligavam Rudy Guede, criminoso confesso com DNA na cena do crime, Knox e seu então namorado, Raffaele Sollecito, foram condenados inicialmente. No entanto, em 2015, a Suprema Corte da Itália anulou as condenações, após quase oito anos de prisão e uma série de falhas na investigação, ao reconhecerem erros legais e processuais. Knox chegou a cumprir quase quatro anos de uma sentença de 26 anos.
Realidade por trás do julgamento e o impacto cultural
De acordo com a série e sua autobiografia “Waiting to Be Heard”, Knox foi alvo de uma imprensa que alimentou preconceitos e mal-entendidos, incluindo a ausência de uma tradutora ou advogado na fase policial, além de ser submetida a perguntas de teor sexual e julgamentos morais. “Ela foi percebida como uma mulher promíscua, o que influenciou a forma como foi tratada pelo sistema de justiça e pela mídia”, explica a própria Knox.
Produtores como Monica Lewinsky, que atuam como_EXECUTIVOS_ na série, destacam as questões culturais enfrentadas por Knox, sobretudo o tratamento diferenciado e os estereótipos contra ela. A produção também aborda as diferenças culturais entre Brasil e Itália, além da forma como Knox foi preparada e interrogada sem apoio legal adequado.
Uma narrativa reconstruída por quem viveu o processo
Knox participou ativamente da produção, colaborando na roteirização do episódio final, que estreia em 1º de outubro. Segundo ela, o objetivo da série é oferecer uma visão mais concreta e menos sensacionalista de sua história, que até hoje é marcada por uma grande divulgação de um julgamento injusto.
Ela também mencionou que, após anos de exposição, ainda busca explicar ao público a complexidade do caso e seus efeitos pessoais e profissionais. A série retrata não só o processo judicial, mas também os aspectos culturais e emocionais enfrentados por Knox durante os anos de prisão e após sua libertação.
Próximos passos e repercussões
O episódio final será disponibilizado na Hulu em 1º de outubro, oferecendo uma narrativa que desafia a versão midiática predominante. Para quem quer compreender a verdadeira história da estudante, a produção promete uma reflexão importante sobre julgamento, preconceito e a busca pela verdade.
Para acompanhar, os interessados podem assistir às novas temporadas às quartas-feiras na plataforma, onde o elenco e a produção prometem um retrato mais justo e complexo sobre uma das histórias mais polêmicas do século XXI.