Brasil, 19 de setembro de 2025
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Papa Leo XIV expressa preocupações sobre imigração e tecnologia

Papa Leo XIV discute preocupações sobre políticas dos EUA e a importância do humano em meio ao avanço da inteligência artificial.

O Papa Leo XIV, em sua primeira grande entrevista após sua eleição, manifestou preocupações sobre diversos assuntos que ocorrem nos Estados Unidos. O líder da Igreja Católica, que fez história ao se tornar o primeiro papa americano, também rejeitou a ideia de criar uma versão digital dele mesmo, enfatizando a importância da conexão humana em tempos de avanças tecnológicos.

Preocupações com a imigração e a política dos EUA

Durante a entrevista, Leo XIV destacou um comunicado enviado por seu predecessor, o Papa Francisco, aos bispos americanos, onde critcava os planos de deportação da administração Trump. O novo papa expressou sua satisfação ao ver que alguns bispos se mostraram corajosos ao abordar essas preocupações publicamente.

Embora tenha se mostrado feliz com as iniciativas de seus antecessores, Leo XIV esclareceu que não pretende se envolver em “política partidária”. Segundo ele, cabe aos líderes da Igreja nos Estados Unidos liderar a interação com o governo. “Eu quero apoiar iniciativas que promovam a dignidade humana”, declarou.

O papa ressaltou que não teve contato direto com o presidente Donald Trump, embora tenha mencionado que seu irmão, Louis Prevost, teve uma reunião com o presidente na Casa Branca. Além disso, Leo não hesitou em afirmar que existem “coisas preocupantes acontecendo nos EUA”, onde “muitas decisões são tomadas com base mais em questões econômicas do que em dignidade e apoio humano”.

A inteligência artificial e os desafios modernos

Um dos tópicos mais intrigantes abordados na entrevista foi a questão da inteligência artificial. Leo XIV expressou a necessidade de a Igreja se posicionar sobre isso, alertando para os “extremamente ricos que estão investindo em inteligência artificial, ignorando completamente o valor dos seres humanos”.

Ele revelou que rejeitou um pedido para criar uma versão “artificial” dele mesmo, que permitiria que qualquer pessoa interagisse com uma espécie de avatar do papa. “Se há alguém que não deve ser representado por um avatar, eu diria que o papa está entre os primeiros da lista,” afirmou, enfatizando a importância do contato humano em sua função.

Leo XIV também alertou que a conexão entre fé e ciência deve ser mantida, caso contrário, a ciência pode se tornar uma “casca vazia e fria”. Essa declaração reflete uma visão que busca equilibrar a modernidade com a espiritualidade, algo necessário em tempos em que a tecnologia e a humanidade muitas vezes se distanciam.

Desafios humanitários e a situação em Gaza

No que diz respeito a questões humanitárias, o papa expressou preocupação com a situação na Faixa de Gaza, sugerindo que a palavra “genocídio” está sendo utilizada com mais frequência nas discussões atuais. Embora não tenha declarado oficialmente que acredita que um genocídio esteja ocorrendo, citou várias organizações de direitos humanos que levantaram a questão.

“A situação em Gaza é muito, muito grave”, afirmou Leo XIV. Ele ressaltou a necessidade de podermos discutir esses temas com seriedade, indicando que a Igreja deve ser uma voz ativa em defesa da dignidade humana em quaisquer circunstâncias.

Reflexões sobre a crise de abuso clerical

Outro tema crucial na fala de Leo XIV foi a crise de abuso clerical, que ele denominou de “uma verdadeira crise”. Ele declarou que a Igreja deve mostrar “profunda sensibilidade e compaixão” pelo sofrimento que as pessoas enfrentaram nas mãos de ministros da Igreja. No entanto, ressaltou que a questão do abuso não deve ser “o foco central da Igreja”, defendendo que os acusados também têm direitos.

Sobre a inclusão de católicos LGBTQ na Igreja, Leo XIV reitera o acolhimento e a importância de se manter a mensagem de que “todos são filhos e filhas de Deus.” Contudo, ele afirmou que os ensinamentos da Igreja sobre sexualidade devem continuar a ser mantidos, contanto que novas abordagens sejam exploradas

O futuro da Igreja sob a liderança de Leo XIV

Com uma abordagem que promete ser menos combativa em relação à política americana, mas não hesita em levantar questões quando necessário, o novo papa marca a diferença com seu estilo de liderança. Ele já reitera sua intenção de continuar a promover mulheres em papéis de liderança dentro da Igreja, enfatizando a necessidade de desenvolver ainda mais a compreensão do papel das mulheres.

Ao concluir a entrevista, Leo XIV indicou que continuará o diálogo diplomático com a China, mantendo a política de aproximação que a Santa Sé vem seguindo. A carga histórica e cultural que a nova liderança representa pode redefinir os caminhos da Igreja Católica em um mundo cada vez mais complexo e interconectado.

Em tempos de crise e incertezas, as palavras do Papa Leo XIV são um chamado à ação e à compaixão, lembrando que, no centro de todas as questões sociais e políticas, está a dignidade humana.

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