Brasil, 19 de setembro de 2025
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Secretário do Tesouro indica fim do juros altos no Brasil

Rogério Ceron aponta redução da Selic como iminente, apesar do impacto na dívida pública e das despesas obrigatórias em alta

O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou nesta segunda-feira (19) que a taxa básica de juros, atualmente em 15%, deve começar a cair em breve. Em entrevista, ele destacou que, apesar do impacto brutal na dívida pública, a melhora na política monetária é uma questão de tempo, com perspectiva de início do corte de juros nos próximos meses, dependendo da decisão do Banco Central.

Expectativa de redução da Selic e impacto na dívida

Ceron explicou que, embora a taxa elevada pressione a dívida pública, o cenário econômico e o balanço de riscos indicam que a hora de reduzir os juros está próxima. “Quando a Selic chegar a 15%, o impacto na dívida e no déficit é brutal, mas o início da redução deve ocorrer em breve. Isso faz parte do trabalho da política monetária”, afirmou. Segundo ele, o Banco Central avalia constantemente os sinais de inflação e a situação do câmbio para tomar decisão.

Relatório orçamentário mantém estabilidade

Sobre o próximo relatório bimestral de contas públicas, aguardado para segunda-feira, Ceron adiantou que não haverá ajustes significativos nas contenções do orçamento. Atualmente, há R$ 10,7 bilhões bloqueados por superarem o limite de despesas do arcabouço fiscal, embora os gastos obrigatórios, como a previdência, continuem crescendo.

Despesas obrigatórias e contenções extras

O secretário destacou que, apesar das despesas presenciarem surpresas, o governo não planeja ajustes extras no momento. “Não há mudanças relevantes na execução do orçamento, e as ações seguem um processo natural de andamento”, afirmou. Ele também reforçou que, apesar das brechas no arcabouço fiscal, o esforço é para evitar impactos na credibilidade do país.

Crise nos Correios e apoio às empresas estatais

Quanto à crise nos Correios, Ceron esclareceu que não há previsão de aportes do Tesouro neste exercício. “Buscamos apoio do mercado e soluções para garantir a continuidade da operação com sustentabilidade, mas não há previsão de aporte financeiro neste momento”, disse.

Credibilidade fiscal e limites institucionais

Sobre as brechas no arcabouço fiscal, o secretário afirmou que ajustes pontuais são necessários, mas sem comprometer a credibilidade de longo prazo. “Nosso objetivo é garantir que essas exceções não minem os resultados fiscais, e trabalhar para uma trajetória de recuperação gradual”, explicou. Ele também analisou a evolução do mercado de juros e a possibilidade de melhora na classificação de risco do Brasil.

Perspectivas sobre o grau de investimento

Ceron destacou que, na última década, o Brasil não conseguiu melhorar significativamente o saldo primário, apesar de esforços. Com relação à recuperação do grau de investimento, ele considera improvável que isso ocorra ainda neste governo. “As agências de rating tendem a ser conservadoras durante janelas eleitorais, mas 2027 pode ser um ano de surpresas positivas”, afirmou.

Corte de juros e cenário externo

Por fim, o secretário reforçou a expectativa de que o corte na taxa de juros, embora pouco previsível neste momento, deve acontecer em breve. Ele destacou que a desaceleração da economia dos EUA, a depreciação do dólar e o fortalecimento do real colaboram para um cenário mais favorável à política monetária brasileira. “A expectativa é que o BC consiga cumprir seu mandato de controlar a inflação e trazer o cenário de juros para uma trajetória mais moderada”, concluiu.

Para mais detalhes, acesse a reportagem completa no Jornal O Globo.

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