No último dia 4, uma mulher de 32 anos foi presa em flagrante no Terminal 3 do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, ao desembarcar de um voo vindo de Paris. Com ela, a Polícia Civil apreendeu 9,3 quilos de haxixe, avaliado em R$ 570 mil. A prisão ocorreu após denúncia que indicava a chegada da passageira com a droga, que estava escondida em uma mala com fundo falso.
A liberdade provisória e as condições impostas
Em decisão do juiz Vitor Burgarelli Campos Melo, da 6ª Vara Federal de Guarulhos, a mulher recebeu liberdade provisória no último dia 11. Segundo o juiz, o crime imputado não envolveu violência ou grave ameaça à pessoa. “A ré é uma jovem primária, com bons antecedentes, possui residência fixa e filhos menores que necessitam de seus cuidados”, afirmou o advogado da mulher, Leonardo Fontes Rodrigues.
Apesar de liberada, a mulher deve cumprir algumas medidas cautelares. Entre elas, está a proibição de deixar o Brasil e a restrição de seu passaporte junto ao Sistema de Tráfego Internacional da Polícia Federal. A libertação ainda exige que ela compareça mensalmente ao juízo, com a necessidade de manter a Justiça informada sobre seus meios de comunicação e mudanças de endereço.
O caso e as operações da Polícia Civil
A investigação que levou à prisão da mulher foi realizada pela Delegacia Sede de Guarujá, que ficou meses monitorando a rede criminosa especializada em aliciar mulheres para o transporte de drogas entre o Brasil e a Europa. A abordagem no aeroporto foi realizada após os agentes receberem uma denúncia específica sobre a passageira.
Durante a busca, os policiais encontraram 61 tijolos e 72 bastões de haxixe, que estavam acondicionados em um compartimento oculto da mala. Em sua confissão, a mulher admitiu que transportava a droga e receberia R$ 20 mil pelo serviço. A substância foi submetida a análise técnica, confirmando ser da variedade conhecida como “dry”, que possui uma alta concentração de tetrahidrocanabinol (THC).
O impacto do tráfico de drogas na sociedade
Casos como o da mulher detida em Guarulhos são parte de um problema maior relacionado ao tráfico de drogas. Segundo informações da Polícia Civil, a droga apreendida estava destinada à distribuição na Baixada Santista, o que demonstra a intensa atividade criminosa na região e o uso de mulheres como transportadoras por parte de redes criminosas.
A utilização de mulheres para o transporte de entorpecentes é uma tática antiga utilizada por traficantes, que exploram a vulnerabilidade social e econômica. Essa prática levanta questões sociais significativas, principalmente em como a sociedade pode oferecer alternativas e apoio às pessoas que se encontram em situações semelhantes.
O papel das autoridades na repressão ao tráfico
A atuação da Polícia Civil é um passo importante na luta contra o tráfico de drogas, porém, é essencial que haja um trabalho conjunto entre diversas instituições para combater efetivamente esse tipo de crime. Iniciativas de prevenção e apoio social são fundamentais para evitar que mais pessoas se tornem alvos de aliciamento por redes criminosas.
O caso da mulher de Guarujá nos lembra que o tráfico de drogas não afeta apenas aqueles que transportam as substâncias, mas toda a sociedade. A implementação de políticas públicas que tratem das causas do problema, como a pobreza e a falta de oportunidade, é fundamental para desmantelar essas redes que utilizam indivíduos em situações vulneráveis para perpetrar suas atividades criminosas.
As autoridades devem continuar trabalhando em conjunto, intensificando as investigações e as apreensões, mas também focando em estratégias de prevenção, reabilitação e reintegração social. Somente assim será possível criar um ambiente mais seguro e justo para todos.