Segunda-feira é dia de Bola de Ouro, um prêmio que, há um ano, parecia que Vinicius Junior ganharia por goleada. A impressão de que o troféu seria dele era tão forte que, três ou quatro dias antes da cerimônia, praticamente todas as casas de apostas já tinham retirado a opção de apostar no ganhador, tamanha era a certeza de sua vitória.
O que aconteceu já é História: os eleitores escolheram o volante espanhol Rodri como melhor jogador do mundo na temporada 2023-24, um resultado tão chocante que levou o Real Madrid a cancelar de última hora a ida da comitiva à festa em Paris. Esse episódio marcou o começo de uma temporada para esquecer do gigante espanhol, que terminou sem títulos e acumulou quatro humilhantes goleadas consecutivas para o maior rival, o Barcelona.
Um desempenho abaixo do esperado
Foi uma temporada ruim para todos no Real. Ninguém se salvou. Mbappé, Bellingham, Rodrygo e Vinicius, as grandes estrelas do clube, tiveram desempenhos decepcionantes, o que culminou na saída do técnico Carlo Ancelotti para assumir a seleção brasileira. Xabi Alonso, famoso por sua estratégia no Bayer Leverkusen, foi contratado em meio à expectativa de revitalizar a equipe.
Xabi chegou para a Copa do Mundo de Clubes sem tempo para trabalhar com o novo elenco e, para piorar, perdeu Mbappé na véspera da estreia, com uma grave infecção estomacal. A ausência do francês deveria ter colocado Vinicius Junior em uma posição de destaque, principalmente tendo em vista suas brilhantes atuações em conquistas anteriores na Champions League.
O papel de Vinicius Junior sob o comando de Xabi Alonso
Contudo, o que se viu nos EUA foi um prenúncio de uma tendência preocupante para o brasileiro. Vinicius tornou-se apenas mais um jogador sob o comando de Xabi. Ele jogou 90 minutos em apenas uma das doze partidas, foi substituído em nove delas e ficou no banco de reservas em dois dos últimos quatro jogos, incluindo a tão esperada estreia na Champions League.
A decisão de deixar Vinicius no banco durante o jogo contra o Olympique de Marselha foi simbólica, quase como uma advertência do treinador, que afirmou que o brasileiro “não deveria se sentir ofendido” e que a competição interna estaria aberta a todas as posições.
As comparações com o passado
É indiscutível que Vinicius não está bem, longe do nível que o consagrou há um ou dois anos. As grandes atuações são raras desde a chegada de Mbappé, o que gerou um debate infinito em Madrid sobre a compatibilidade entre os dois jogadores. Enquanto a torcida clama por melhores atuações, as críticas sobre sua atual forma vêm à tona.
Entretanto, Vinicius não é um jogador qualquer. Sua trajetória no Real Madrid justifica um tratamento diferenciado. Um cuidado especial que valorizasse suas contribuições recentes ao time seria mais adequado. Muitas vezes, a confiança e o apoio da equipe são cruciais para o retorno ao alto nível.
A diferença entre gestos e palavras
Minha impressão é que essa seria a postura de Ancelotti: abraçar sua estrela, demonstrar confiança e procurar ajustar o ambiente para ajudá-lo a reencontrar seu melhor futebol. No entanto, Xabi parece ter adotado uma abordagem mais rígida. Ele desafia Vinicius a recuperar a hierarquia perdida e a provar seu valor, mesmo quando seu currículo já fala por si só.
As expectativas continuam altas para Vinicius Junior, tanto da torcida quanto do clube. Resta saber como essa história se desenvolverá e se o atacante conseguirá retomar sua posição de destaque no Real Madrid sob a pressão e os desafios impostos por seu novo comandante. A Era Xabi Alonso promete ser desafiadora, mas também pode ser uma oportunidade de reconstrução para um dos maiores talentos do futebol mundial.
A tensão entre o jogador e o treinador poderá definir o futuro de Vinicius no clube. Os torcedores esperam que o talento do brasileiro prevaleça e que sua história no Real Madrid continue a ser escrita de forma memorável.
