Brasil, 19 de setembro de 2025
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Aumento da inadimplência no setor agrícola afeta bancos públicos federais

Inadimplência do agronegócio cresce em bancos públicos, impactando resultados e levando à redução de crédito ao setor

O impacto da piora na inadimplência do agronegócio nos bancos públicos federais ficou mais evidente nos primeiros semestres de 2023 e 2025, refletindo problemas climáticos e econômicos que afetam a capacidade de pagamento dos produtores rurais. O Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste (BNB) e Banco da Amazônia (Basa) registraram aumentos nos atrasos superiores a 90 dias, refletindo maior risco na carteira de crédito agrícola.

Inadimplência aumenta em bancos públicos e afeta o crédito

Segundo balanços divulgados pelos bancos, a inadimplência do agronegócio subiu significativamente: na Caixa, ela atingiu 7,02% no segundo trimestre de 2025, contra 4,3% — um aumento de 2,66 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2023. No Banco do Brasil, o índice pulou de 3% no primeiro semestre de 2023 para 4,21% em agosto de 2025, também impulsionado pelos problemas climáticos na agricultura.

Factores climáticos e econômicos

As condições climáticas adversas na região Sul, com excesso de chuva, e na Nordeste, com seca, foram os principais motivos que afetaram a produtividade agrícola, segundo Henrique Southier, assessor de investimentos da Ável Investimentos. Ele aponta que esses eventos climáticos representam um risco direto para a carteira de crédito dos bancos públicos, sobretudo considerando a vulnerabilidade regional dos setores agrícolas.

Além disso, a alta na taxa básica de juros, Selic, que atualmente está em 15% ao ano, encarece o crédito e dificulta o pagamento dos produtores, agravando a inadimplência. Southier alerta que esse cenário exige maior atenção dos bancos, pois pode resultar em um aumento das provisões para devedores duvidosos, impactando a lucratividade futura dessas instituições.

Resultados financeiros e estratégias dos bancos

O Banco do Brasil teve uma queda de 40% no lucro líquido ajustado no primeiro semestre de 2025, passando de R$ 17,3 bilhões em 2023 para R$ 11,2 bilhões neste ano, com destaque para o impacto da inadimplência agrícola e aumento das provisões. Para compensar a queda de receita, o banco tem diversificado suas operações, vendendo produtos como consórcios, seguros, empréstimos consignados e fundos de investimento.

Na mesma linha, a Caixa Econômica Federal viu seu índice de inadimplência do agronegócio subir para 7,02% no segundo trimestre, levando a uma redução na oferta de crédito ao setor. O BNB também registrou aumento, de 3,2% em início de 2023 para 3,61% neste ano, enfrentando dificuldades adicionais devido à vulnerabilidade climática das regiões atendidas.

Transformação digital e perspectivas

Os bancos públicos estão em processo de transformação digital para reduzir custos operacionais, movimento que já avançou mais rapidamente no setor privado e nos bancos nativos digitais. Segundo Alexandre Martins, analista de mercado, esse movimento inclui a ampliação do uso de tecnologias como inteligência artificial para melhorar a previsão do tempo e o gerenciamento de riscos.

Especialistas indicam que a deterioração na carteira de crédito agrícola pode se agravar se os fatores climáticos extremos persistirem, demandando maior atenção dos bancos públicos às estratégias de gestão de risco e contingência.

Para mais detalhes, acesse o site da matéria.

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