Brasil, 19 de setembro de 2025
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Oposição busca convencer relator sobre anistia ampla

A oposição se mobiliza para tentar reverter a decisão de Paulinho da Força sobre a anistia no Congresso.

Após a declaração do relator da proposta de anistia, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), de que uma anistia ampla e irrestrita não é mais viável na Câmara, a oposição se prepara para procurá-lo. O objetivo é convencê-lo a reavaliar sua posição, pois aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acreditam que ainda há espaço para negociação.

O cenário de debate na Câmara

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), destacou que uma conversa com Paulinho pode mudar o rumo da proposta. “Quando eu conversar com ele, pode ser que ele entenda melhor sobre a anistia. Ele tomou as rédeas agora e é normal ter alguns erros no início”, afirmou Cavalcante, evidenciando sua confiança no relator.

Sóstenes também elogiou a escolha de Paulinho para o cargo, reconhecendo-o como um nome moderado. Ele acrescentou que o texto da proposta ainda não foi discutido em profundidade e projetou que a análise do mérito da anistia deve durar de quinze a trinta dias.

A defesa pela anistia e seus desafios

Nas redes sociais, o líder do PL defendeu a ideia de que a anistia significa “extinção da punibilidade”. Ele lembrou que o Congresso já aprovou leis históricas em contextos semelhantes e questionou as objeções que surgem nas discussões atuais. “Se não fosse competência do Congresso, essas leis jamais teriam existido. Portanto, não venham agora inventar impedimentos só porque o tema incomoda o sistema”, disse Sóstenes, que propõe que o debate avance para um conteúdo que traga “justiça e pacificação ao país, sem radicalismo, mas em um diálogo democrático, constitucional e jurídico”.

O líder da oposição, Zucco (PL-RS), também expressou seu desejo de se reunir com Paulinho na próxima semana para pressionar por um perdão que contemple o maior número possível de envolvidos nos atos de 8 de janeiro, favorecendo a perspectiva de um perdão mais abrangente.

A posição de Paulinho e a urgência do tema

Entretanto, Paulinho da Força deixou claro que não pretende apoiar uma anistia total. Em entrevista ao GLOBO, ele afirmou que a ideia de uma anistia ampla e irrestrita ficou para trás, mencionando um acordo anterior que já não se configura como completo. “Essa coisa de anistia ampla e irrestrita já foi superada. Nós votamos em um acordo sobre o texto do Crivella, que também não é amplo e irrestrito. O texto do Crivella é só para inglês ver. Nós vamos encontrar um outro caminho, que possa agradar a maioria, embora não a todos”, explicou.

A discussão sobre a anistia voltou a ganhar força após a aprovação da urgência da proposta pela Câmara, ocorrida na quarta-feira, apenas seis dias depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Bolsonaro no contexto das ações golpistas de 8 de janeiro. Esse desdobramento trouxe um novo clima para o debate, o que inquieta tanto os apoiadores do ex-presidente quanto os que desejam uma resposta mais moderada.

Divisão entre os grupos políticos

Atualmente, o impasse gira em torno do alcance do perdão: os bolsonaristas clamam por uma anistia total, que incluiria condenados e investigados. Em contrapartida, partidos de centro e algumas figuras da direita defendem uma abordagem mais restrita, como a redução de penas ou a exclusão de condenados na ação golpista.

Paulinho deve ouvir as bancadas e líderes antes de finalizar o texto da proposta. Enquanto isso, tanto a oposição quanto os governistas lutam por espaço e influência na construção da versão final. Contudo, nos bastidores, o relator já informou que não pretende alinhar-se automaticamente a nenhum dos lados e que só definirá o texto após ouvir todas as partes envolvidas.

O resultado dessa negociação deverá impactar diretamente o futuro político do país, em um momento onde a urgência por um consenso é mais que evidente. Por isso, todos os olhos estarão voltados para as próximas movimentações dentro da Câmara e na reação da sociedade a este tema controverso.

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