Brasil, 18 de setembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Inadimplência no agronegócio sobe para 7,02% na Caixa e sinaliza restrição de crédito

A inadimplência do setor agrícola atingiu 7,02% no segundo trimestre, levando a Caixa a reduzir a oferta de crédito ao setor.

A situação financeira do agronegócio, que enfrenta dificuldades devido a quebras de safra em 2024, voltou a preocupar no balanço do segundo trimestre da Caixa Econômica Federal. A inadimplência do setor disparou para 7,02% entre abril e junho deste ano, em comparação com 4,3% no primeiro trimestre e 2,11% no mesmo período do ano passado.

Impacto da alta na inadimplência do agronegócio

Segundo dados divulgados pela Caixa, a inadimplência de atrasos superiores a 90 dias no setor agrícola reflete a combinação de fatores, incluindo o aumento da taxa Selic, atualmente em 15%, e a crise de preços das commodities. A alta da inadimplência preocupa o mercado, pois o saldo da carteira de crédito destinada ao setor atingiu R$ 60,5 bilhões no período, com um crescimento de 2,6% em comparação a 2024, embora tenha recuado 4,8% em relação a março.

Causas e desafios do setor agrícola

O vice-presidente de finanças e controladoria da Caixa, Marcos Brasiliano Rosa, destacou que a alta do calote se deve a fatores como o endividamento de produtores com taxas baixas durante o período de juros baixos (em 2% entre 2020 e 2021), além da queda nos preços das commodities. “Temos uma estratégia de manter esse segmento estabilizado e melhorar a qualidade desse crédito, mas há desafios significativos pela frente”, afirmou ele, sinalizando que o banco adotou uma postura de restrição na oferta de novas contratações.

Especialistas avaliam que a elevação na inadimplência é influenciada por recuperações judiciais no setor, além de impactos internacionais, como tarifas impostas por Donald Trump que prejudicaram exportações agrícolas, especialmente de café.

Crédito e recuperação do setor na Caixa e Banco do Brasil

Nos resultados mais recentes, a Caixa também registrou alta de 12% no lucro recorrente no segundo trimestre, atingindo R$ 3,68 bilhões, com crescimento de 44,9% no acumulado do semestre, apesar de uma queda de 29,9% em relação ao primeiro trimestre. A carteira total de crédito da Caixa, que inclui segmentos diversos, atingiu R$ 1,294 trilhão.

No Banco do Brasil, cuja concentração de crédito no setor agrícola é significativa — quase 50% do financiamento ao agro nacional — a inadimplência atingiu recorde de 3,94%, frente a 2,45% um ano antes. Marcos Brasiliano Rosa afirmou que R$ 6 bilhões da carteira do banco envolvem créditos problemáticos, com 50% já provisionados.

Restrição de crédito e perspectivas futuras

O vice-presidente da Caixa sinalizou que há um esforço para estabilizar a qualidade do crédito agrícola, o que resultou na redução do ritmo de novas contratações. Para o setor imobiliário, a Caixa projeta crescimento de 7,5% a 11,5% na carteira de crédito neste ano, embora as contratações tenham desacelerado para R$ 57,3 bilhões no segundo trimestre, queda de 6,5% em relação ao mesmo período de 2024.

O governo também planeja lançar um novo modelo de captação de recursos para o crédito imobiliário, que passará por testes antes de ser implementado, com o objetivo de substituir os recursos insuficientes da poupança. O modelo proposto pelo Banco Central envolverá o mercado secundário de títulos imobiliários, cuja apresentação está prevista para outubro.

Especialistas afirmam que a combinação de fatores econômicos e internos reforça a importância de um controle mais rígido na concessão de crédito ao agronegócio, setor vital para o crescimento econômico do país, que deve contribuir para a expansão do PIB em 2025 apesar dos desafios atuais.

Para mais detalhes, acesse a reportagem completa no Fonte.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes