Estreando no Hulu em 20 de agosto, a minissérie “The Twisted Tale of Amanda Knox” conta a história verdadeira da jovem americana acusada de assassinar a colega de quarto na Itália em 2007. A produção, baseada na autobiografia de Knox, busca desfazer a narrativa midiática que a retratou como culpada sem provas concretas, após anos de condenação injusta.
Reconstrução do caso e o papel da mídia
A trama aborda detalhes do julgamento de Knox e Raffaele Sollecito, ambos considerados inocentes posteriormente. Apesar das evidências ligando o criminoso Rudy Guede ao crime, as condenações se basearam em suposições e estigmas sociais, como a classificação de Knox como “Foxy Knoxy”, termo que alimentou a misoginia e o slut-shaming na cobertura. Segundo a Universidade de Chicago, essa denominação se firmou na imprensa, contribuindo para uma condenação moral da jovem.
Verdadeiros fatos e condenações injustas
Embora as investigações tenham apontado DNA do criminoso Rudy Guede na cena do crime, Knox e Sollecito foram considerados culpados até 2015, quando a Suprema Corte da Itália anulou suas condenações. Knox passou quase quatro anos na prisão, mesmo após a evidência de sua inocência ser clara.
O impacto da narrativa pública
A série destacou também como Knox foi influenciada pelas diferenças culturais e pela falta de apoio em sua prisão na Itália, onde foi interrogada sem advogado ou intérprete. Testemunhos revelam que ela foi alvo de linguagem inapropriada por investigadores, que a associaram a estereótipos sexuais e misóginos, perpetuando uma imagem distorcida de culpada.
Reforma, memória e os próximos capítulos
Bonita de sua história, Knox participou ativamente da produção, auxiliando na elaboração do roteiro final. Com Monica Lewinsky como uma das produtoras executivas, o projeto busca promover uma reflexão sobre os efeitos da cobiça mediática e do julgamento público na vida dos acusados. Os novos episódios, que estrearam em 1º de outubro, estão disponíveis às quartas-feiras na plataforma.
A produção não só expõe o julgamento equivocado de Knox, mas também relembra o papel da imprensa na construção de uma narrativa parcial e preconceituosa contra ela, que foi coagida por uma cultura de moralismo e julgado antes do julgamento justo. A série promete reequilibrar a verdade e oferecer uma perspectiva humanizada de uma história complexa e carregada de preconceitos.
