Uma nova obra, intitulada “León XIV: cidadão do mundo, missionário do século XXI”, traz insights valiosos do Papa Leão XIV, através de uma entrevista concedida à jornalista Elise Ann Allen. O livro explora diversos temas relevantes para a atualidade, entre eles o dramático sofrimento em Gaza, as complexidades da política com a China, o acolhimento a pessoas LGBTQ+, a questão dos abusos, a situação financeira da Santa Sé, além das implicações da inteligência artificial e das fake news.
O papel do Papa como mediador global
Como Papa, Leão XIV manifesta seu compromisso em “construir pontes” e evitar a polarização tanto no mundo quanto na Igreja. Em suas palavras, ele denuncia a situação “terrível” em Gaza, enfatizando a necessidade de se esquivar da insensibilidade diante do sofrimento humano. Ele afirma que a Santa Sé, neste momento, “não considera” emitir declarações sobre a definição de genocídio relacionada ao conflito, mas concorda que a situação é alarmante, especialmente para crianças que enfrentam “fome verdadeira”.
Acolhimento e respeito às minorias
Em relação às populações marginalizadas, o Papa destaca a importância de acolher “todos, todos, todos”, garantindo um espaço na Igreja para as pessoas LGBTQ+ enquanto mantém a doutrina existente. Ao abordar a sexualidade e a estrutura familiar, Leão XIV reafirma a singularidade do matrimônio tradicional, afirmando que “mudanças significativas na doutrina são improváveis no futuro próximo”.
Desafios financeiros da Santa Sé
O Papa também aborda a saúde financeira da Santa Sé, manifestando uma abordagem pragmática diante dos desafios. Ele recorda que, apesar do impacto negativo da crise da Covid-19 nos Museus Vaticanos, que são uma das principais fontes de receita, está otimista quanto às medidas adotadas para reverter a situação, incluindo um resultado positivo significativo em um dos balanços financeiros. Leão XIV insiste na necessidade de continuar a trabalhar para melhorar a gestão financeira, mesmo sem perder o sono por essa questão.
Questões contemporâneas: inteligência artificial e fake news
Sobre temas contemporâneos fora do ambiente eclesial, o Papa critica as fake news como forças destrutivas e expressa preocupações sobre a inteligência artificial, ressaltando que a riqueza gerada por alguns não deve ofuscar a dignidade humana. Ele cita uma proposta absurda de criar um Papa “artificial”, ressaltando que a figura do Papa não pode ser reduzida a um avatar digital, o que ele considera impróprio.
Reflexões sobre abuso sexual e direitos humanos
A crise dos abusos sexuais na Igreja é um tema que o Papa aborda com seriedade. Leão XIV pede respeito pelas vítimas, afirmando que, embora a grande maioria que denuncia seja verdadeiramente vítima, reconhece que há casos de falsas acusações que também impactam a vida de alguns padres. Ele enfatiza a necessidade de não deixar que essa questão obscureça o trabalho e a dedicação da maioria dos membros da Igreja, que permanecem íntegros em sua vocação.
Interações com a política dos EUA e relação com Trump
Leão XIV, sendo o primeiro Papa proveniente dos Estados Unidos, acredita que sua origem pode facilitar a comunicação com o episcopado americano, que passou por tensões com o pontificado anterior. No entanto, ele deixa claro que não pretende se envolver em política partidária, ressaltando que o diálogo sobre questões urgentes deve ter à frente os líderes da Igreja nos Estados Unidos.
A continuação do diálogo com a China
O Papa também reflete sobre a relação com a China, afirmando que continuará o diálogo estabelecido por seus antecessores, respeitando tanto a cultura chinesa quanto as dificuldades enfrentadas pelos católicos que seguem sua fé sob regime opressivo. Ele destaca a complexidade da política necessária para resolver essas questões sem abrir mão da missão da Igreja.
Essa nova obra lançada em espanhol pela Penguin Peru, revela o compromisso de Leão XIV em abordar questões urgentes com uma perspectiva pastoral e inclusiva, reafirmando seu papel como mediador de paz e diálogo em um mundo marcado por divisões.
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