Brasil, 18 de setembro de 2025
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STM julgará Bolsonaro e decide sobre perda de patente em 85% dos casos

O Superior Tribunal Militar já determinou a perda de patente em 85% dos casos desde 2018, e agora vai julgar Jair Bolsonaro.

O Superior Tribunal Militar (STM) está prestes a tomar uma decisão que pode afetar significativamente a carreira de Jair Bolsonaro e outros oficiais das Forças Armadas. Este tribunal deverá avaliar se tais figuras são indignas para o oficialato, seguindo a linha de decisões em que, desde 2018, cerca de 85% dos casos analisados resultaram em perda de patente. Essa taxa é um indicador preocupante para Bolsonaro, já que o STM tem um histórico de severidade em seus julgamentos.

A decisão do STM e suas implicações

O STM, que é responsável por averiguar a conduta dos militares envolvidos em delitos, já tomou decisões semelhantes em casos passados. Um levantamento interno revelou que, desde 2018, o tribunal analisou 88 processos, incluindo nove somente neste ano. A maior parte dessas análises envolveu oficiais do Exército (58), seguidos pela Aeronáutica (16) e pela Marinha (14).

Dentre os casos julgados, muitos referem-se a patentes mais baixas, mas que transmitem uma mensagem clara: a seriedade das ações que podem levar à perda de dignidade no oficialato. No que diz respeito a Bolsonaro, que é capitão da reserva, a análise tomará contornos significativos, dado seu histórico recente com a Justiça.

O contexto das condenações

Os dados mostraram que a maioria dos casos de perda de patente se refere a oficiais com cargos inferiores aos de Bolsonaro. Destacam-se 13 coronéis e dez tenente-coronéis do Exército que perderam seus postos, além de cinco capitães da Aeronáutica e quatro da Marinha. No entanto, a situação de Bolsonaro não é meramente rotineira e envolve questões delicadas no contexto político e militar atual.

Entre os réus que o STM poderá julgar, estão também dois ex-comandantes das Forças Armadas, Paulo Sérgio Nogueira (Exército) e Almir Garnier Santos (Marinha), além dos dois generais de quatro estrelas que já foram ministros. Todos eles foram condenados pelo STF a penas superiores a 20 anos de prisão, consolidando um cenário sem precedentes para a cúpula militar.

A continuidade do processo no STM

O Ministério Público Militar agora terá que representar formalmente após todos os embargos serem resolvidos, o que já é esperado na comunidade jurídica. Essa condenação reflete diretamente na estrutura do oficialato das Forças Armadas e é crucial para a manutenção da hierarquia e disciplina, pilares fundamentais em qualquer instituição militar.

Recentemente, o procurador-geral de Justiça Militar, Clauro Roberto de Bortolli, destacou em nota que sua postura foi sempre a de solicitar a declaração de indignidade de oficiais condenados, independente de sua situação funcional, se ativa, reserva ou reformado. Este caráter rígido da Justiça Militar reforça a trajetória dos casos que estão a caminho de julgamento.

Perspectivas futuras

Os julgamentos que ocorrerão no STM prometem ser complexos e observados de perto, dado o impacto político e social que podem gerar. A possibilidade de perda de patente de ex-comandantes militares cuja condenação à Justiça Civil é inédita poderá moldar não só o futuro de Bolsonaro, mas também da estrutura das Forças Armadas brasileiras.

Além das questões que permeiam as condenações, o clima tenso no Exército e a torcida de certos setores pela absolvição de altas patentes, como os generais, poderá influenciar o andamento dos casos e o desfecho dos julgamentos. Em meio a um cenário altamente politizado, a transferência do caso de Bolsonaro para o STM marca um novo capítulo na relação da política com os militares.

As expectativas giram em torno não só da justiça militar, mas também do comportamento do Congresso em relação a propostas, como a anistia a Bolsonaro, que podem ser vistas como uma tentativa de suavização das tensões presentes.

Conclusão

À medida que o STM se prepara para deliberar sobre a perda de patentes e a dignidade dos oficiais, a sociedade brasileira observa atentamente. O desempenho do tribunal poderá influenciar forte e decisivamente a legislação militar, a política e os direitos de expressões e opiniões divergentes que circulam no Brasil hoje. O futuro de Bolsonaro e de tantos outros que atuaram ao seu lado na condução de tramas políticas se alinha com este julgamento, e as decisões têm o potencial de ressoar por muitos anos, moldando a história militar e política do país.

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