Brasil, 18 de setembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Jerry Greenfield sai de Ben & Jerry’s após 47 anos de ativismo social

Jerry Greenfield, cofundador da Ben & Jerry’s, anunciou sua saída após quase cinco décadas, criticando a perda de independência da marca em relação às questões sociais e políticas. A decisão foi motivada por desentendimentos com a Unilever, atual controladora da marca, que, segundo Jerry, tem silenciado a atuação social do frozen de sorvetes que ele ajudou a criar em 1978.

Razões por trás da saída de Jerry Greenfield

Em declaração divulgada por seu sócio de longa data, Ben Cohen, Greenfield afirma que não consegue mais, de consciência tranquila, permanecer na empresa. “Esta é uma das decisões mais difíceis da minha vida”, escreveu Cohen em seu perfil no Twitter, destacando que o alinhamento com os valores sociais que sempre orientaram a marca foi comprometido.

Segundo Cohen, a independência da Ben & Jerry’s foi garantida por um acordo de fusão com a Unilever que previa a manutenção de sua missão social. No entanto, ele denuncia que essa autonomia foi desfeita, numa época em que seu país enfrenta ataques aos direitos civis, ao ativismo por igualdade racial, às liberdades LGBTQ+ e aos direitos das mulheres.

Ativismo silenciado pela nova gestão

Desde a aquisição pela gigante de alimentos, há uma década, Ben & Jerry’s vem tentando atuar de forma independente em causas como o apoio às manifestações estudantis, contra o genocídio em Gaza e por justiça racial, mas afirma que suas vozes têm sido silenciadas pelas recentes intervenções do grupo controladora.

Reação de Ben Cohen e apelo por autonomia

Ben Cohen, que não deixou a empresa, fez um vídeo recentemente protestando contra o papel da Unilever na gestão da marca, pedindo que ela venda o negócio a quem realmente compartilhe seus valores. Ele afirmou: “Magnum! Vocês estão destruindo o coração do Ben & Jerry’s! Libertem a gente!”

Apesar de sua empolgação, Cohen não anunciou sua saída formal da companhia, mas pediu aos consumidores apoio na campanha “#FreeBenandJerrys”. “Seu legado merece ser fiel aos valores que fundamos aqui, e não ser silenciado pelo grupo controladora”, declarou.

Resposta da Unilever e futura direção

Um porta-voz da Magnum, responsável pela gestão da Ben & Jerry’s, afirmou que a empresa valoriza as contribuições de Jerry Greenfield, mas discorda de sua visão. “Buscamos manter uma conversa construtiva com ambas as lideranças, focados em fortalecer os valores da marca”, disse o representante, destacando o compromisso de seguir promovendo a paz, o amor e a solidariedade.

Reações públicas e recomendações

Nas redes sociais, internautas expressaram solidariedade a Jerry, ressaltando a importância de defender princípios, mesmo que isso signifique deixar uma empresa. Alguns sugeriram que ele inicie uma nova marca de sorvetes com valores alinhados às suas convicções, como uma opção de protesto e expressão de ativismo.

Com a saída de Jerry e o posicionamento de Cohen, o futuro da Ben & Jerry’s permanece incerto, mas o debate sobre o papel das empresas no ativismo social ganha força no cenário global. Resta saber se outras marcas seguirão o exemplo e continuarão lutando por seus princípios.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes