Brasil, 18 de setembro de 2025
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Copom mantém juros em 15% e sinaliza cautela diante de cenário incerto

Comunicado do BC reforça manutenção dos juros por período prolongado, enquanto mercado avalia perspectivas de cortes futuros

O Banco Central decidiu nesta quarta-feira (18) manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano, reforçando postura de cautela diante de um cenário de alta incerteza econômica e externa. A decisão veio acompanhado de um comunicado que deixou claro que a autoridade monetária pretende manter a taxa por um período bastante prolongado.

Manutenção da taxa e insuflação de sinais de estabilidade

O comunicado do Banco Central não trouxe novidades significativas, ressaltando que a política monetária deve permanecer inalterada por bastante tempo. Segundo a instituição, “o cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela na condução da política monetária”. Economistas destacam que o BC não demonstrou intenção de iniciar um processo de redução da Selic ainda neste ano, tornando as chances de corte em 2025 cada vez mais remotas.

Daniela Lima, economista da Kinea Investimentos, afirmou que “é um BC que não está com o dedo no gatilho, está com o dedo bem longe do gatilho”. O viés agressivo de alta foi substituído por uma postura de observação vigilante, enquanto o mercado mantém a expectativa de que a redução dos juros possa ocorrer somente a partir de março de 2026.

Perspectivas de inflação e cenário externo

Apesar das expectativas positivas de uma inflação em desaceleração, o BC continua preocupado com a postura de elementos externos, como a política de juros dos Estados Unidos. Segundo o comunicado, “o ambiente externo se mantém incerto em função da conjuntura e da política econômica nos EUA”.

Marcela Rocha, economista da gestora Principal, destaca que a comunicação do BC indica que o ciclo de queda de juros deve começar em janeiro, embora a conjuntura fiscal e externa ainda exija atenção. A expectativa é que a inflação, atualmente prevista em 3,4% para o primeiro trimestre de 2027, esteja próxima da meta de 3% até lá.

Impactos no mercado de trabalho e no câmbio

Outro dado que reforça a opinião de estabilidade da política monetária é o bom momento do mercado de trabalho. Na semana passada, o desemprego caiu a 5,6% em julho, o menor nível desde 2012, impulsionado pelo aumento do emprego com carteira assinada.

Rafaela Vitória, economista-chefe do Banco Inter, afirmou que “o comunicado do Copom foi bastante duro, sem dar espaço para discussão de início do ciclo de redução da Selic”. Ela acrescentou que “mesmo com melhora no cenário externo, as expectativas de inflação ainda permanecem conservadoras”.

Inflação e política de juros

O IPCA de agosto mostrou deflação de 0,11%, mas ainda aponta riscos relacionados ao mercado de trabalho aquecido e à desaceleração moderada da economia. Diante disso, o BC continua atento à trajetória da inflação, que ainda está acima da meta de 3%, com limite de tolerância superior a 4,5%.

Além disso, o diferencial de juros com os Estados Unidos tem contribuído para o fortalecimento do real, devido ao início da redução das taxas pelo Federal Reserve (Fed). No entanto, o comunicado do BC destacou a incerteza presente no cenário internacional, especialmente em relação à política de Donald Trump e às turbulências globais.

Futuro da política monetária

O BC reforçou que seus passos futuros podem ser ajustados a depender da evolução do cenário econômico, indicando que, se necessário, a instituição não hesitará em retomar o ciclo de alta dos juros. Com a inflação ainda acima da meta e o ambiente externo instável, a tendência é de que a taxa permaneça neste patamar até que haja uma melhora consistente nas expectativas de preços.

Para mais detalhes, consulte a matéria completa do Globo.

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