O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), responsável pela política monetária dos EUA, aprovou nesta semana um corte de 0,25 ponto porcentual na taxa de juros. A decisão ocorreu mesmo com forte pressão do presidente Donald Trump por uma redução maior, evidenciando a unidade do banco central diante da tentativa de influenciar suas decisões.
Uma resistência surpreendente à pressão política
A reunião contou com a presença de 19 membros, sendo apenas um dissidente: Stephen Miran, indicado pelo próprio Trump e nomeado temporariamente ao Fed. Miran defendeu uma redução maior, alinhado às exigências do presidente, que busca estímulos adicionais à economia.
Segundo analistas, a decisão de manter a unidade do órgão mostra um Fed resistente às pressões externas. Diane Swonk, economista-chefe da KPMG, afirmou: “Powell conseguiu domar os gatos”, referindo-se à capacidade do presidente do Fed, Jerome Powell, de manter o consenso interno.
Contexto e possíveis desdobramentos
O atual presidente do Fed, Jerome Powell, enfrenta a possível substituição por nomes mais alinhados às expectativas de Trump. Entre os nomes citados estão Christopher Waller e Michelle Bowman, nomeados por Trump e considerados mais flexíveis na política monetária.
Por sua vez, Miran está em licença temporária de seu cargo na Casa Branca, atuando no Fed até janeiro. Sua nomeação reforça as preocupações sobre uma maior politização das decisões do banco central americano.
A influência do presidente dos EUA
Trump intensificou suas pressões por cortes de juros, apesar de o Fed, até agora, ter mantido a taxa inalterada ao longo de oito meses, principalmente para evitar riscos de inflação relacionados às tarifas comerciais impostas pelo governo.
Em coletiva após o anúncio, Powell destacou a estrutura do Fed, composta por 19 participantes com voto rotativo, como uma salvaguarda contra influências desproporcionais de qualquer membro ou do próprio presidente. “A única maneira de mudar a decisão é persuadir insistentemente”, afirmou.
Perspectivas futuras
A expectativa é que o atual cenário de unidade se mantenha até o final do mandato de Powell em maio, mesmo com as tensões internas e externas sobre as intervenções políticas na política monetária. Analistas apontam que o Fed continuará priorizando a estabilidade econômica diante das pressões por estímulos adicionais.
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