O Banco Central do Brasil decidiu nesta quarta-feira (17) manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano, marcando a segunda estabilidade consecutiva após período de altas. Com essa decisão, o país continua com o segundo maior juro real do mundo, segundo levantamento do MoneYou, atingindo 9,51%. A sustentabilidade dessa alta reflete as incertezas inflacionárias e os desafios de política econômica enfrentados pelo país.
Juros reais no Brasil e ranking internacional
O juro real é calculado subtraindo-se a inflação prevista dos juros nominais. Ainda de acordo com o levantamento do MoneYou, a Turquia mantém a liderança global, com uma taxa de 12,34%. A Rússia aparece em terceiro lugar, com juros reais de 4,79%. O Brasil, por sua vez, ocupa a segunda posição, numa condição que reforça o alto custo do crédito interno e os desafios para conter a inflação.
Impacto da estabilidade na política monetária
O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, nesta quarta-feira, manter a taxa Selic, que desde julho não sofre alterações. Essa é a primeira decisão de pausa após o ciclo de elevação iniciado em 2021. A taxa em 15% ao ano permanece no maior patamar desde julho de 2006, quando o país registrava 15,25%, na gestão do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Juros nominais e comparativo internacional
Se considerados os juros nominais, ou seja, a taxa completa sem descontar a inflação, o Brasil ocupa atualmente a quarta posição do ranking global. A Turquia lidera com 40,50%, seguida pela Argentina (29%) e pela Rússia (17%). A taxa de 15% do Brasil é superada por esses países, refletindo o apetite por risco e a situação inflacionária local.
Veja a lista de alguns países com os maiores juros nominais:
- Turquia: 40,50%
- Argentina: 29,00%
- Rússia: 17,00%
- Brasil: 15,00%
- Colômbia: 9,25%
- México: 7,75%
- África do Sul: 7,00%
- Hungria: 6,50%
- Índia: 5,50%
Principais fatores influenciando a decisão do BC
Segundo analistas, o Banco Central mantém a Selic por um período de cautela, diante das persistentes dúvidas sobre a trajetória inflacionária e o cenário internacional, especialmente às tensões relacionadas à guerra tarifária promovida pelo governo dos Estados Unidos. Ainda segundo o relatório do MoneYou, essas incertezas sustentam uma política monetária mais restritiva no país.
Perspectivas para os próximos meses
Com a estabilidade atual, o mercado aposta que a taxa poderá permanecer nesse nível até o fim de 2025, com possíveis ajustes em resposta a novos dados de inflação ou movimentos internacionais. A próxima reunião do Copom será determinante para definir se há espaço para novas elevações ou se a taxa será mantida por mais tempo.
Para entender melhor a dinâmica dos juros e as implicações na economia brasileira, acesse o relatório completo do G1.