Brasil, 17 de setembro de 2025
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Papa Leo XIV condena condições inaceitáveis em Gaza e pede cessar-fogo

O Papa Leo XIV expressou solidariedade às vítimas de Gaza, clamou por um cessar-fogo e reiterou a necessidade de solução diplomática

O Papa Leo XIV, em sua audiência geral nesta quarta-feira (17), condenou as “condições inaceitáveis” enfrentadas pelos civis em Gaza e solicitou um cessar-fogo imediato, a libertação dos reféns e esforços renovados em direção a uma solução diplomática negociada, respeitando o direito humanitário internacional.

Clamor por paz e respeito aos direitos humanos

Durante a audiência, o pontífice afirmou que “expresso minha profunda proximidade ao povo palestino em Gaza, que continua vivendo com medo e em condições inaceitáveis, sendo forçado a deixar suas terras”. “Diante de Deus Todo-Poderoso, que ordenou ‘Não matarás’, e na memória de toda a história, toda pessoa possui uma dignidade inviolável, que deve ser respeitada e protegida”, destacou.

Leo XIV renovou seu apelo por um cessar-fogo e pela libertação dos reféns, pedindo que tais ações ocorram com plena observância da lei humanitária. “Convido a todos a unirem-se à minha oração sincera para que uma aurora de paz e justiça possa surgir em breve”, enfatizou.

Diálogo com a comunidade internacional

No dia anterior, ao retornar da villa papal de Castel Gandolfo, Leo XIV comentou em entrevista que mantinha contato com o padre Gabriel Romanelli, pároco da Paróquia Sagrada Família em Gaza, destacando a preocupação com a ausência de alternativas para os civis.

“Muitos estão sem destino, e essa é uma grande preocupação”, afirmou o Papa. “Por ora, resistem e desejam permanecer, mas é necessário que seja encontrada uma solução real”.

Posição sobre tensões internacionais

O pontífice também repudiou alegações de Moscou de que a OTAN teria começado uma guerra contra a Rússia, ressaltando que a preocupação com violações do espaço aéreo polonês é grave. “A preocupação é grande”, declarou.

Catequese sobre a Vigília de Sábado Santo

Na sua catequese, como parte da série “Jesus Cristo, nossa esperança” pelo Jubileu 2025, Leo XIV refletiu sobre o mistério do Sábado Santo, dia em que Cristo permaneceu na tumba.

Papa Leo XIV cumprimenta uma criança com fantasia de ‘mini papa’ antes de sua audiência semanal na Praça de São Pedro no Vaticano em 17 de setembro de 2025. Crédito: Vatican Media
Papa Leo XIV cumprimenta uma criança com fantasia de ‘mini papa’ antes de sua audiência semanal na Praça de São Pedro no Vaticano em 17 de setembro de 2025. Crédito: Vatican Media

“Jesus, o Filho de Deus, jaz na tumba. Mas essa ‘ausência’ não é vazio: é expectativa, uma plenitude contenida, uma promessa guardada na escuridão. É o dia do grande silêncio, em que o céu parece mudo e a terra imóvel, mas é justamente ali que o mistério mais profundo da fé cristã se realiza. É um silêncio cheio de sentido, como o ventre de uma mãe que carrega seu filho ainda não nascido, mas já vivo”, afirmou.

O Papa destacou que Jesus foi colocado em um túmulo no jardim que remete ao Éden perdido, sinalizando uma nova criação. “Esse túmulo, nunca utilizado, fala de algo que ainda acontecerá: é uma passagem, não um fim”, explicou.

Segundo Leo XIV, o sábado santo também é dia de descanso. “O Filho, após cumprir sua obra de salvação, descansa. Não porque está cansado, mas porque amou até o fim. Não há mais nada a acrescentar. Esse descanso é o selo da tarefa concluída; é a confirmação de que tudo o que devia ser feito foi realmente realizado. É um repouso cheio da presença oculta do Senhor”.

Reflexões sobre o tempo de espera e a confiança em Deus

O pontífice contrapôs essa ideia ao ritmo da vida moderna, marcada pela ansiedade de resultados rápidos. “Lutamos para parar e descansar. Vivemos como se a vida nunca fosse suficiente. Corremos para produzir, provar a nós mesmos, acompanhar o ritmo de muitos. Mas o Evangelho nos ensina que saber parar é um ato de confiança que devemos aprender”, afirmou.

Ele descreveu Jesus na tumba como “a face meiga de um Deus que não ocupa todo o espaço. É o Deus que deixa as coisas acontecerem, que espera, que se retrai para nos dar liberdade. É o Deus que confia, mesmo quando tudo parece acabado”.

Papa Leo XIV abençoa uma idosa durante sua audiência geral na quarta-feira, 17 de setembro de 2025, na Praça de São Pedro, Vaticano. Crédito: Vatican Media
Papa Leo XIV abençoa uma idosa durante sua audiência geral na quarta-feira, 17 de setembro de 2025, na Praça de São Pedro, Vaticano. Crédito: Vatican Media

“Nosso tempo de pausa, de silêncio, também produz vida nova, como uma semente na terra ou a escuridão antes do amanhecer. Deus não tem medo do passar do tempo, porque é Senhor também do esperar. Assim, até nossos momentos de aparente inútilidade podem se tornar o ventre da ressurreição”, refletiu.

Leo XIV destacou que Jesus no túmulo representa “a face tranquila de um Deus que não ocupa todo espaço. Ele é o Deus que deixa as coisas acontecerem, que espera, que recua para nos dar liberdade. É o Deus que confia, mesmo quando tudo parece acabado”.

Ao finalizar, o Papa lembrou que “a verdadeira alegria nasce da expectativa interiorizada, da fé paciente e da esperança de que o que vivemos com amor certamente ressurgirá para a vida eterna”.

Como de costume, Leo XIV abençoou os fiéis na Praça de São Pedro, onde muitas famílias se reuniram para receber sua bênção. O dia também coincidiu com a celebração de São Roberto Bellarmino, padroeiro do Papa, comemorada como feriado na Santa Sé.

Esta reportagem foi inicialmente publicada por ACI Prensa, parceira de notícias em espanhol da CNA, e posteriormente traduzida e adaptada pelo CNA.

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