Brasil, 17 de setembro de 2025
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Decisão do Federal Reserve: Taxas de juros em destaque na reunião

A reunião do Federal Reserve traz uma nova governadora e pressão política por cortes significativos nas taxas de juros.

Na semana em que o Federal Reserve se reúne, questões importantes estão em pauta, incluindo uma decisão sobre as taxas de juros e previsões para o futuro econômico dos Estados Unidos. Com uma dose considerável de intriga política, o encontro promete ser um marco tanto monetário quanto político. O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) irá anunciar, nesta quarta-feira, sua decisão sobre a taxa de juros de empréstimo noturno, além de apresentar a famosa “dot plot”, que mostra as previsões dos membros do comitê para as futuras taxas de juros.

A pressão por cortes mais agressivos

A reunião de dois dias começou na terça-feira com a posse de Stephen Miran, novo governador do Fed indicado pelo presidente Donald Trump, e conhecido por suas críticas ao banco central. Miran, que deve expressar sua dissidência em relação à decisão de corte incremental das taxas, entra em um contexto em que Trump já havia pressionado o comitê a realizar cortes mais substanciais. Em uma postagem nas redes sociais, Trump disse que a FOMC “DEVE CORTAR AS TAXAS DE JUROS, AGORA, E MAIOR DO QUE [Powell] TINHA EM MENTE.”

Além disso, o Secretário do Tesouro, Scott Bessent, em uma entrevista à CNBC, também defendeu um corte mais robusto nas taxas. A expectativa é que os governadores Christopher Waller e Michelle Bowman, também nomeados por Trump, possam se alinhar a Miran em favor de um corte maior. Entretanto, nomes como o presidente do Fed de Kansas City, Jeffrey Schmid, têm a tendência de não apoiar nenhum corte neste momento.

Embora a pressão política seja evidente, os mercados esperam um corte de 25 pontos-base, levando a uma diminuição da taxa de juros atual, que está entre 4,25% e 4,5%. As expectativas são de que o Fed continue com cortes também nas reuniões de outubro e dezembro, de acordo com o FedWatch do CME Group, que estima probabilidades de cortes com base nos preços dos contratos futuros.

De acordo com Krishna Guha, chefe de estratégia de política global e banco central na Evercore ISI, “as dissidências refletiriam as divisões emergentes no comitê, mas ainda deixariam um grupo central muito maior que concorda que é hora de começar o processo de recalibração com um corte de 25 pontos-base em setembro.”

O foco em Jerome Powell

As expectativas sobre a reunião, no entanto, seguem as previsões de muitos economistas. David Mericle, economista do Goldman Sachs, ressalta que “a questão chave para a reunião do FOMC em setembro é se o comitê sinalizará que este é provavelmente o primeiro de uma série de cortes consecutivos”. Mericle prevê que a declaração do Fed reconheça a fraqueza do mercado de trabalho, mas não deve haver mudanças significativas na orientação de política monetária neste momento.

Alé disso, a escolha de palavras de Jerome Powell, presidente do Fed, durante a coletiva de imprensa pós-reunião, é frequentemente mais importante do que a própria declaração do FOMC. Juntamente com a divulgação da dot plot, serão atualizadas as previsões sobre o produto interno bruto (PIB), desemprego e inflação.

Na reunião de Jackson Hole, no Wyoming, em agosto, Powell adotou um tom levemente dovish, indicando que mudanças na política podem estar à vista, sem especificar quão agressivas deveriam ser. Art Hogan, estrategista-chefe de mercado da B. Riley Wealth Management, comentou que “parece que ele está reconhecendo que a dependência dos dados que impulsiona nossa tomada de decisão mudou significativamente, e devemos defender nosso mandato de pleno emprego mais do que temos que defender nosso mandato de inflação”.

Neste contexto complexo e de grandes expectativas, a reunião do Federal Reserve se destaca como um verdadeiro ponto de inflexão para a economia americana, uma vez que os desafios da política monetária se intensificam em meio a pressões políticas e incertezas econômicas. O que ocorrerá nesta reunião poderá ter um impacto significativo nos próximos meses e anos.

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